FILMES, TÍTULOS E TRADUÇÕES –
Em respeito às tradições da divulgação e da exibição dos filmes de outros países, entre nós, é costume legendarem-se as falas, embora hoje seja grande a quantidade de filmes dublados em português. Os títulos também constituem uma parte importante desse “aportuguesamento” das tradicionais obras do cinema prestigiadas pelos brasileiros.
Não são poucos os filmes estrangeiros que fizeram sucesso ou foram conhecidos por nós com os seus títulos originais. Pela lembrança, podemos relacionar alguns deles, começando pelos mais recentes, como Titanic, Jurassic Park, Independence Day, Matrix, X-Men, Avatar, Mamma Mia, Fargo, True Lies, Kill Bill, 300, Watchmen, King Kong, Batman, Cassino Royale.
Um breve recuo no tempo nos faz lembrar de Papillon, Fitzcarraldo, Bullit, Gandhi, Top Gun, Tootsie, Easy Rider, Rain Man, Dirty Harry, Chinatown, Scarface,Traffic, Waterloo, Bugsy Malone, Dracula, Ereaserhead, Halloween, Apocalypse Now, Platoon, Butch Cassidy, Mad Max, Taxi Driver, Love Story, Dirty Dancing, Mary Poppins, Chicago, Moulin Rouge, os japoneses Ran e Rashomon, clássicos do mestre Akira Kurosawa, o espanhol Volver, o spaghetti western Django e o doce e romântico Dio Come Ti Amo. Ao olhar para o passado, encontramos alguns títulos significativos. O pioneiro Metropolis, marcando a carreira do diretor Fritz Lang; as emoções de Ben-Hur e Spartacus, em que brilharam Charlton Heston e Kirk Douglas; os musicais Oklahoma e New York, New York; o emblemático Casablanca com o brilho de Humphrey Bogart e Ingrid Bergman.
Às vezes, em alguns títulos, era acrescentado um subtítulo, como ênfase ao original. É o caso de Nosferatu – O Vampiro; Poltergeist – O Fenômeno; Funny Girl – A Garota Genial; Carrie – A Estranha; Tron – O Legado;Patton – Herói ou Rebelde; All That Jazz – O Show Deve Continuar; Ghost – Do Outro Lado da Vida; Green Card – Passaporte para o Amor; Scanners – Sua Mente Pode Destruir; Blade Runner – O Caçador de Androides; Rocky – O Lutador; Robocop – O Policial do Futuro; Alien – O Oitavo Passageiro; Bonnie & Clyde – Uma Rajada de Balas, Pulp Fiction – Tempo de Violência; que revelam um preciosismo desnecessário.
Porém, curiosos e dignos de comentários são alguns títulos em português. North by Northwest, de Hitchcock, por exemplo, “virou” Intriga Internacional; a comédia Airplane fez sucesso como Apertem os Cintos o Piloto Sumiu, assim como Corra que a Polícia vem Aí é o título brasileiro para The Naked Gun. O celebrado All About Eve, com Bette Davis, era A Malvada; It´s a Wonderful Life é A Felicidade não se Compra; Sunset Boulevard é Crepúsculo dos Deuses; Sindicato de Ladrões é como assistimos On The Waterfront; e Juventude Transviada, a revelação de James Dean, foi rodado com o título original Rebel Whithout a Cause.
Quem não conhece Vertigo, não viu Um Corpo que Cai, e se não viu The Sound of Music não assistiu A Noviça Rebelde. Um sucesso nos cineclubes, Blow Up, “passou” aqui como Depois Daquele Beijo, e Annie Hall, de Woody Allen, era conhecido por Noivo Neurótico, Noiva Nervosa. Quem escapou foi Charles Chaplin, de quem praticamente todos os grandes títulos foram traduzidos para o nosso português, de forma literal.
Entre os westerns também pontuaram algumas curiosidades. Alguém lembra do clássico Stagecoach? Não? Porém, de No Tempo das Diligências ninguém esquece, como não esquece de um cult, Matar ou Morrer, ou High Noon, no original, que nada tem a ver com o seu título em Portugal: O Comboio Apitou Três Vezes. Então, Shane era Os Brutos Também Amam; The Wild Bunch, Meu ódio Será tua Herança; Rio Bravo, Onde Começa o Inferno; Last Train From Gun Hill, Duelo de Titãs.
A lista é longa, e o tema permanece aberto para a nossa diversão.
Alberto da Hora – escritor, cordelista, músico, cantor e regente de corais