Jaecio Carlos*
Chega-se a um tempo de perdas e os danos são incontáveis. Do inicio cheio de ideias e visões de mil futuros, o homem atravessa barreiras e obstáculos e sobrevive de sonhos, muitos deles inalcançáveis. Atravessa a infância misturando-se com meninos da sua idade onde jogos e brinquedos infantis marcam o momento solene do despertar que não permite aventuras nem ousadias.
Ser menino e na adolescência, começa o divisor de águas e as pretensões aparecem de forma vacilante. Não sabe ainda o que se quer da vida. Tudo é muito obscuro até o amor nascer no seu coração. Viagens lúdicas começam a aparecer no seu caminho e o descobrir da vida inicia um roteiro tortuoso.
Estudo, trabalho, laser, amores, tem que administrar tudo, sem o conhecimento adequado, mas vai, vai finalmente fazendo as coisas que lhe convém e só depois aprende a lidar com tudo isso no convívio nem sempre saudável com seus pares.
Casa-se e os filhos adultos saem do seu convívio construindo novas famílias. Um novo patamar de saudades e afkições. Envelhece e a senilidade atrapalha novos horizontes que se esvaem por entre pensamentos igualmente envelhecidos. O ocaso teima em fazer do ócio sua permanente companhia e os frágeis músculos já não servem mais.
Têmporas brancas avisam limites de ações e a visão reduzida vê apenas sombras de passagens distanes. Nada o detém nessa vagarosa caminhada para o nada.
O homem finalmente, descansa.
*Jaecio Carlos – Publicitário – [email protected]