EXPERT 2019, MINISTRO PAULO GUEDES –
O primeiro dia da Expert 2019, o maior evento de investimentos do mundo, talvez o dia mais relevante, foi marcado pelo tom de otimismo com o Brasil, no dia em que o texto da Reforma da Previdência foi aprovado na comissão especial.
As mensagens positivas foram personificadas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que falou por mais de duas horas sobre o horizonte do Brasil e corroboradas pelo Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (ainda que com um tom mais neutro).
“Acredito que antes das férias a Reforma estará aprovada”, afirmou o ministro.
Com um discurso conciliador e esperançoso, Guedes fez um diagnóstico do maior problema no Brasil: excesso de gasto público.
Começou com um apanhado histórico para mostrar que anos e governos se passaram e o problema persistiu. As consequências naturais foram juros altos e inflação elevada.
Confira os pontos mais relevantes da palestra, nas palavras do ministro:
- Crise fiscal é grave e foi endereçada prontamente.
- Foco também na redução do endividamento. Política é privatizar companhias estatais com intuito de reduzir a dívida pública e dessa forma diminuir os gastos com juros. Privatizações seguirão firmes.
- Terceiro foco é enxugar a máquina estatal: redução de gastos com pessoal e novas contratações.
- Redução dos Ministérios ajudou o acordo UE/Mercosul, pois eliminou velhas ideologias.
- BNDES servirá para i) acelerar privatizações, ii) reestruturar as dívidas de Estados e municípios e iii) investir em obras de infraestrutura.
- Foco em Investimento privado: vamos nos adaptar a uma nova realidade. Governo se compromete a criar bom clima de negócios e a trabalhar duro.
Roberto Campos, Presidente do Banco Central.
Roberto Campos trouxe mensagens positivas em relação à recuperação do investimento no segundo semestre do ano e ao espaço para potenciais cortes de juros. Destaques abaixo:
Economia internacional
- Queda de juros são vistas em todos os países e são coordenadas, inclusive Asia. Alguns países emergentes agora também estão discutindo o tema de metas mais baixas. Ou seja, juros globais mais baixos por mais tempo, o que é bom para o Brasil;
- A disputa comercial entre os EUA e China segue latente e deve ser monitorada. A boa notícia é que (pelo menos por ora) não teve um efeito inflacionário até o momento, o que permite os juros mais baixos. Uma preocupação adicional levantada por Campos foi as mudanças estruturais de processos produtivos que podem elevar a inflação no mundo. Tal fenômeno deve ser monitorado de perto.
Economia doméstica
- A maior preocupação segue com a reforma da Previdência. Apesar do avanço, ainda enfrentará etapas difíceis no plenário da Câmara e no Senado;
- A confiança na economia mostra sinais de reação e os investimentos devem retomar no segundo semestre se a reforma continuar avançando, o que deveria acelerar o crescimento;
- A inflação está bem ancorada, e a chance de corte de juros nas próximas reuniões tem aumentado (se acontecer, deve ser feito a passos graduais). Ainda assim, mantemos nossa visão de que o BC optará por não cortar juro na reunião de julho.
Guilherme Viveiros – Engenheiro Civil com MBA em Gestão Empresarial pela FGV, [email protected]
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