Ações do Ministério da Economia para enfrentar os Impactos do COVID-19
O Ministro Paulo Guedes realizou uma live com os executivos da XP Investimentos no último dia 28 de março e aproveitei para fazer um resumo para os leitores do Ponto de Vista, boa leitura.
Destaques
-Nenhum brasileiro vai ficar para atrás
-Após 4-5 meses de crise, economia vai decolar
-Injeção de BRL 800 na economia
Contexto
Mundo estava desacelerando, panorama nacional é diferente.
Aconteceram dois eventos que limitaram o crescimento da economia em 2019: Brumadinho e o colapso da economia Argentina, o que cortou crescimento no primeiro semestre, mas no segundo o crescimento já começou a acelerar novamente.
A economia estava engatando quando chegou a calamidade do coronavirus. Estava tudo encaminhado para ser um semestre excepcional com reformas andando no Congresso.
Medidas
Quando chegou o choque, meteoro que é o vírus, aprovamos uma série de medidas para ajudar os estados e municípios, além de fortalecer o sistema de saúde nacional, garantindo os recursos necessários para combater a crise.
Começamos por antecipações de receitas dos mais vulneráveis porque não podíamos cometer crime de responsabilidade, antes do decreto de calamidade
Destaques
BRL 200 bi de compulsórios
BRL 150 bi de caixa + BNDES
BRL 150 bi antecipação de benefícios e deferimento de impostos
BRL 500 bi em três meses – impacto extraordinário
BRL 3 bi bolsa família
Rolagem de dívida de estados e municípios.
Após o decreto de calamidade
Bolsa Família – primeiro incluímos quem solicita o auxílio, depois será feito o filtro de fraudes para garantir que ninguém necessitado fique sem assistência
Há um grupo que nunca pediu auxílio (informais, autônomos) que vai precisar de ajuda nesse momento
Algumas das medidas para isso serão:
50 bi – voucher BRL 600 para os afetados
50 bi auxílio da folha para empresas que mantenham empregos
Primeiro falou de total de BRL 750 bi (4.8% do PIB), depois chegou a falar em BRL 800 bi.
Ano excepcional, será necessário gastar mais, mas reformas estruturastes serão necessárias para garantir o futuro do país.
O governo e equipe econômica estão alinhados. O presidente está alertando a população das fases desta crise. É importante que o país não fique completamente parado por meses.
Medida provisória para chegar no “setor real”, medidas de quantitative easing, por exemplo, precisam chegar no setor real.
Ex. PIS/PASEP – ninguém está reclamando, BRL 2 bi parados – vamos fazer fusão com FGTS para garantir liquidez
Medidas excepcionais como derrubada de tarifas de produtos sanitários e proibição de exportações
Sobre possível saída do governo: “Esquece, não vou deixar o país no momento mais difícil sabendo que posso ajudar”. Estamos trabalhando 24h para ajudar o brasileiro.
Deveria estar aparecendo mais na comunicação das medidas, mas estou trabalhando com todas as áreas constantemente para desenvolver e implementar as medidas.
Nenhum brasileiro vai ficar para trás
Setor Real
Estamos ouvindo uniões, sindicatos e outros representatives dos setor privado para entender a necessidade de cada setor, seja automobilístico (ex. Férias coletivas), ou aéreas (medidas de deferimento etc.)
Usar infraestrutura de outras redes como maquininhas (ex. Stone) para ampliar o alcance das medidas. Não só ficar no sistema bancário.
Apelo aos empresários
Ventiladores pulmonares – serão ponto crítico para o Brasil.
4 produtores (2 grandes, 2 pequenos) – produzíamos 250 por semanas, passamos para 1mil. São necessários 1400 para companha a curva. Uma fábrica foi invadida, é um crime contra saúde pública.
Testes – precisamos escalar produção de testes para passar de isolamento vertical para horizontal para impedir maiores impactos na economia. Vale comprou testes para fazer testes em seu próprio pessoal, e doará o restante para sistema público. Ambev comprou 1 milhão (deve usar 70 mil) e doar o restante. Como funcionou no Japão, Coreia do Sul, Singapura.
Para o empresário: “Calma, não demita. Em alguns dias operacionalizarmos a ajuda para redução de salário, que será acessível pelos bancos ou maquininhas.”
O mesmo para informais/autônomos.
Por ora o momento é de calma, as medidas serão formalizadas nessa semana.
Pós-crise
Democracia do Brasil é madura. Os poderes fazem ruído, mas isso acontece porque eles são independentes. Como vimos na previdência, Brasil será exemplo. A economia decolará mais uma vez uma vez que passar esta crise, em 4-5 meses o cenário será muito diferente. Reformas estruturastes são essenciais para isso.
Setor Agrícola
Sistema tributário do setor tem que mudar por meio de reforma. O setor está voando, teve ótima safra, mas será preciso melhorar a infraestrutura.
Chegada de medidas na ponta
Desafio da execução das medidas existe. Estamos indo na direção contrária de nossa trajetória no governo, em questão de semanas. Execução na Caixa, BNDES, INSS, etc tem que ter efeito imediato porque o impacto da saúde já está aqui. Será um desafio, mas estrutura do setor público é forte
Eixo economia-saúde
Primeira onda – todo mundo isolado, achatamos a curva
Segunda onda – isolamento longo demais seria catástrofe na economia, curto demais seria catástrofe para saúde.
Não há acordo sobre duração de isolamento. Balanço economia-saúde ainda não é claro. Nós sabemos quanto a economia aguenta, não sabemos quanto a saúde aguenta.
BNDES Caixa – 100% do governo, temos controle total
BB – não é tão simples, mas está rolando dívida também, deve seguir mesma linha.
*Relação com Congresso *
Quando chegou esse governo, que não era do establishment com discurso de nova política houve um estranhamento.
Mudança cultural no Congresso e sociedade de responsabilidade fiscal, o que levou parlamentares a apoiar as reformas. Estava super otimista sobre reformas nesse ano.
Relação com Congresso é positiva. Tenho certeza que juntos vamos atravessar essa crise, vamos sair da crise melhores, mais unidos.
Ruídos são naturais, é uma briga democrática por espaço.
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Guilherme Viveiros – Engenheiro Civil com MBA em Gestão Empresarial pela FGV e Sócio e Head de Renda Fixa na WFlow Investimentos, guilherme@wflowinvest.com
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