FLAMENGO E MINHA PAIXÃO FUTEBOLÍSTICA –

– Como mudou o Roberto Ceni. Lembro dele da época do Palmeiras.

Soltei esta pérola assim que me sentei ao lado de Flávio para assistir ao jogo da última quinta-feira. O olhar dele é um misto de decepção, compaixão e diversão. Depois de perceber que ele respirou fundo e prendeu uma risada, vem o motivo:

– O nome é Rogério, Bárbara. E não era do Palmeiras, mas do São Paulo. A vida inteira.

– Sério? Lembro dele vestido de verde, igual a um papagaio! Por isso não entendo futebol! Por que o goleiro não pode usar o uniforme da mesma cor dos outros?

E, assim, descrevo como minha compreensão sobre o futebol não é das melhores. Nem minha memória! Gosto de coisas como Fórmula 1: sem erro. Só precisa chegar primeiro e ganha. Demorei a entender o basquete e me esforcei para isso, pois tenho um esposo ex-jogador e apaixonado pelo esporte. Depois de um tempo ficou claro para mim o motivo desta ou daquela cesta valer 1, 2 ou 3 pontos. Já sou craque! E o futebol americano? Após inúmeras reclamações de minha parte pela violência do esporte, compreendi que não é violento e é apaixonante. Lógico que ele me introduziu ao esporte de forma inteligente: pelos shows do Super bowl. Depois disso foi um caminho sem volta: amo gritar Touch down e ouvir o comentarista Rômulo Mendonça soltar um “Ragatanga”. Curto mesmo.

Mas, o tal do futebol… O esporte mais comum e apreciado em nosso país… Não consigo entender. Primeiro, acho que sempre que um jogador derruba outro DEVE SER pênalti, pois é desrespeitoso. Também acho que a pontuação está errada. Por que não se espelhar no basquete? Chegou a 2 metros da trave? Vale um gol. Os jogadores se esforçaram para isso. Bateu na trave? 2 pontos! É, convenhamos, muito mais difícil que acertar a rede. E, enfim, balançando a rede, teríamos 3 pontos! Muito mais lógico do que só pontuar quando acerta…

Acho que enviarei para a CBF esta sugestão. Mas, colocaria mais uma informação. Um pedido, aliás. Que os jogadores parem de cuspir no campo! São os únicos trabalhadores que cospem em seu local de trabalho. É horrível. As vezes estou tentando compreender o lance e vem a cusparada. Fecho os olhos. Sim, sou dentista, mas meus pacientes usam a cuspideira, não o chão do consultório. Também falaria da cor dos uniformes. Por favor, nada branco, pois é muito trabalhoso para lavar. E, dona CBF, se puder me atender, pede para os jogadores pintarem os cabelos cada um de uma cor. Foi bem mais fácil para mim identificar o Gabigol com seu cabelo rosa. Aliás, sou tão criativa que poderia até ser cabeleireira de jogador de futebol! Mas, isso fica para outro momento…

Sim, sou flamenguista. Desde pequena. Desde o Zico. Não destas doentes, que brigam por um time. Sou daquelas que curte usar a camisa do Mengão e cantar desafinadamente o hino. Porque, do pouco que aprendi sobre futebol, só uma coisa tenho certeza: temos apenas duas torcidas. A Flamenguista e a Anti-Flamenguista. E desta vez, foi a minha torcida quem fez festa!

Uma vez Flamengo…

 

 

 

Bárbara Seabra – Cirurgiã-dentista, professora universitária e escritora

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