O CEO da Embraer, Paulo César de Souza e Silva, afirmou em comunicado interno que os funcionários da aviação comercial da fabricante brasileira serão transferidos para a joint venture (nova empresa) que será formada em parceria com a Boeing. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (5) em comunicado interno divulgado aos trabalhadores.
O comunicado foi feito após as empresas divulgarem que assinaram um acordo de intenções para formar a nova empresa. Nos termos do acordo, a fabricante norte-americana de aeronaves deterá 80% do novo negócio e a Embraer, os 20% restantes. Após o anúncio do acordo, as ações da Embraer caíram mais de 7% no início do pregão na Bovespa.
As operações e serviços de aviação comercial da Embraer foram avaliados em US$ 4,75 bilhões. A Boeing, maior fabricante de aeronaves do mundo, deve pagar US$ 3,8 bilhões pelos 80% da joint venture.
A transação depende do aval dos acionistas – entre os quais, no caso da Embraer está o governo brasileiro – e dos órgãos reguladores do mercado brasileiro e americano.
O anúncio de Paulo César, que foi publicado na intranet por volta das 8h desta quinta, esclarece os termos do acordo, além de detalhar as ações futuras com relação aos funcionários.
O Sindicato dos Metalúrgicos estima que o setor mantenha cerca de 9 mil pessoas entre as unidades de São José dos Campos e Botucatu. Em 2017, a área de aviação comercial da Embraer respondeu por 57,6% da receita líquida da companhia, com US$ 10,7 bilhões de um total de US$ 18,7 bilhões.
Sobre os demais setores, Defesa e Aviação Executiva, que permanecem sob o domínio da Embraer, o CEO informou que não haverá mudança. “Para as equipes dedicadas à Defesa e Segurança, Aviação Executiva, Aviação Agrícola e serviços e suporte correlatos, nada muda. O mesmo se aplica às empresas coligadas e subsidiárias“.
Na região, as unidades de São José dos Campos (Faria Lima) e Taubaté vão ficar com a nova empresa. A fábrica no distrito de Eugênio de Melo, também em São José, permanece com a Embraer.
“Quanto às unidades, inicialmente já tomamos as seguintes decisões: ficarão com a joint venture da aviação comercial as unidades Faria Lima, EDE [Embraer Divisão Equipamentos], Taubaté, Évora e Nashville. As unidades de Gavião Peixoto, Botucatu, Eugênio de Melo, OGMA [ Centro de Serviço Autorizado da Embraer] e Melbourne ficam com certeza na Embraer. Com relação às demais unidades e escritórios, ainda estamos definindo a melhor estratégia”, afirma.
O CEO afirma ainda que todas as mudanças devem acontecer no prazo de 18 meses. No fim do comunicado, o CEO afirma que todos estão “totalmente focados na construção da perpetuidade da Embraer, bem-estar dos empregados e manutenção dos empregos”.
Fonte: G1