O geoparque Seridó, no Rio Grande do Norte, foi oficializado como um território de relevância mundial pela Unesco – Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura – nesta quarta-feira (13), durante uma assembleia geral em Paris. O momento foi comemorado por pesquisadores e representantes do setor de turismo do Rio Grande do Norte.
A área passa a fazer parte do Programa Internacional de Geociências e Geoparques da Unesco e entrou na lista de Geoparques Mundiais da organização, que agora conta com 177 geoparques distribuídos em 46 países de todo o mundo.
Outro geoparque também foi reconhecido nesta quarta-feira (13) no Sul do país. Com isso, o Brasil passou a contar com três geoparques reconhecidos – o primeiro era do Ceará.
O geoparque Seridó tem uma sede em Currais Novos, mas abrange 2.800 quilômetros quadrados e seis municípios com recursos naturais e construções humanas importantes. Ele é gerido por um consórcio intermunicipal criado há 12 anos pelas cidades de Acari, Carnaúba dos Dantas, Cerro Corá, Currais Novos, Lagoa Nova e Parelhas.
Segundo o professor Marcos Nascimento, que é o coordenador científico do projeto, a região abarca vários aspectos únicos no mundo, que vão desde as suas formações geológicas e minérios, passam pela riqueza biológica, e chegam à cultura local.
São exemplo as minas de scheelita, as rochas vulcânicas incomuns encontradas na região, bem como pinturas rupestres com registros de povos antigos que viveram há 10 mil anos no Rio Grande do Norte. Também há o próprio bioma da caatinga preservado, o artesanato da região e aspectos da religiosidade local.
Um dos geossítios localizados na região é a nascente do Rio Potengi, em Cerro Corá.
“Essa é uma nova forma de gestão territorial. Fomos reconhecidos por um patrimônio geológico, biológico e cultural de relevância mundial. Já desenvolvemos há 12 anos diferentes ações de conservação, educação e turismo e com esse reconhecimento acreditamos que muito mais pessoas de todo o mundo terão o desejo de conhecer essa região. Desde que a notícia saiu, já recebemos contato de muitas pessoas dizendo isso”, afirmou o professor.
De acordo com Marcos, embora a Unesco não aporte recursos financeiros, o reconhecimento também deverá facilitar a busca de financiamentos, por meio de participação em editais nacionais e internacionais, para desenvolvimento de projetos de pesquisas, desenvolvimento social e de conservação ambiental.
“O reconhecimento confirma que estamos no caminho certo”, considera. A candidatura havia sido oficializada em 2019.
“Essa notícia é muito importante, visto que o governo vem trabalhando na interiorização do turismo e essa região é prioridade. São seis municípios que integram o geoparque e, com esse reconhecimento, o Rio Grande do Norte estará em evidência”, afirmou a secretária de turismo do RN, Ana Costa.
Fonte: G1RN
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