GHOST-WRITER: ESTA PROFISSÃO ESTÁ EM ALTA? –
Nesse mundo confuso de oportunistas, criminosos e usurpadores dos conceitos morais, como será o perfil da profissão de Ghostwriter no momento atual e futuro?
Ghos-twriter:
Pessoa a quem é incumbida a tarefa de escrever anonimamente uma obra, que é
encomendada por outra que a assina e é o seu autor oficial. (Escritor fantasma).
Dicionário Priberam da Língua Portuguesa.
Essa atividade profissional é muito praticada na sociedade, criação dos discursos de presidentes, políticos, empresários, além de escreverem livros, teses de dissertação de cursos superiores, artigos jornalísticos, científicos e muitos outros documentos. Hoje existe na internet online, uma série de plataformas que cobram para fazer isso, com modelos bem elaborados necessitando apenas inserir os dados reais do cliente. O problema maior é quando envolve documentos de grande responsabilidade e comprometimento individual ou até mais amplo, atingindo toda uma sociedade. Quem escreve nada assume, e sim quem assina ou interpreta a ação. Dados inverídicos, sem um embasamento científico comprometendo a credibilidade e segurança dos dados. Uma grave falta de ética ou plágio de documentos estariam envolvidos nessas ações.
Diante dessa atividade frequente e antiga, poderíamos dizer que o Escritor fantasma seria uma profissão aceitável ou não?
Muitos famosos, publicam livros que são escritos por outras pessoas, nem referidas na publicação. Muitas alto-biografias não são escritas pelo autor do livro. Um exemplo bem comentado é o livro “Retratos de Coragem (Profiles in Courage)” tendo como autor John F. Kennedy, teve um ghostwriter revelado em 2009 por Theodore Sorensen, ele próprio conselheiro do ex-Presidente, como o verdadeiro autor.
Em artigo publicado na Revista da Associação Médica Brasileira em 2007, com o título “Escritores-fantasma e comércio de trabalhos científicos na internet: a ciência em risco”, a autora Maria Christina Anna Grieger conclui “ O comércio de trabalhos científicos é uma realidade que pode interferir negativamente na formação ética, científica e profissional de graduados e pós-graduados, bem como na produção científica, falseando dados e informações da literatura.
Inúmeras e importantes literaturas e revistas científicas influenciam em novas condutas ou modificando-as, com repercussões comprometedoras na saúde das pessoas. Temos que levar em consideração o aspecto ético quanto a legitimidade de um artigo e a responsabilidade do autor que pode influenciar profissionais, principalmente da área da saúde, beneficiando grandes indústrias farmacêuticas.
Falam-se que três setores da atividade do comércio, são responsáveis pelas grandes tragédias mundiais. A indústria das armas, dos alimentos e dos medicamentos. Os interesses financeiros, políticos e comerciais, são capazes de ultrapassar todos os princípios éticos e morais dos envolvidos e interessados.
Um fato exemplar ocorreu recentemente durante essa grande moléstia que vivemos no momento, a Pandemia do Corona vírus. O artigo publicado na revista The Lancet em 22 de maio de 2020. O estudo envolveu 96 mil pacientes no período de 22 de dezembro de 2019 a 14 de abril de 2020, internados em 671 hospitais. 15 mil deles receberam cloroquina ou hidroxicloroquina no tratamento e foram comparados com o restante que não recebeu a medicação. Quatro autores assinaram o artigo: Mandeep Mehra, do Hospital Brigham de Boston, USA, Frank Ruschitzka, do Hospital Universitário de Zurique, na Suíça, Amit Patel, da Universidade de Utah, USA e Sapan Desai, presidente da Empresa Surgisphere, dos USA. Todos os dados foram compilados e analisados pela empresa Surgisphere especializada em análise de dados em saúde. Após a publicação o jornal The Guardian, questionou a idoneidade da empresa, cujo dono é um dos autores da pesquisa. Os três primeiros autores relataram que não poderiam garantir a veracidade dos dados e pediram que a revista fizesse uma retratação publica do estudo publicado anteriormente, concluindo pela ineficácia do tratamento e principalmente o aumento dos efeitos adversos com elevação da mortalidade. Diante da insegurança e credibilidade do estudo, a revista The Lancet iniciou uma auditoria independente. Esse pedido de retratação não foi compartilhado pelo quarto autor e presidente da empresa que fez a análise e consequente divulgação do artigo. Após a sua publicação pela The Lancet, uma das mais importantes e confiáveis revistas científicas do mundo, a notícia caiu como uma bomba em toda a comunidade científica mundial, com maior repercussão na médica, suspendendo os protocolos de tratamento. A OMS, ordenou interrupção de todas as pesquisas que usavam as drogas. Repercussão maior ainda nos combates políticos entre os favoráveis e contrários ao tratamento.
Apoiando o pedido dos três primeiros autores e confirmando a sua seriedade, a revista publicou a retratação em 04 de junho de 2020, colocando em dúvida o estudo pela suspeição e inveracidade dos dados. A ausência de uma revisão ética e possível conflito de interesse além de questionamentos metodológicos, provocou a crítica de vários cientistas mundiais colocando em dúvida a seriedade da pesquisa.
Diante de tudo isso, como ficamos nós na busca de uma melhor solução terapêutica, além de confundir e aumentar o sofrimento de milhares de pessoas que convivem com essa tragédia da Pandemia pelo Corona vírus e aumento de perdas humanas.
A que ponto chega à insensatez e a maldade da espécie humana. Aqui no Brasil também não é diferente, diariamente vemos notícias de desvios, roubos e irresponsabilidade diante da miséria e tortura de muitos que padecem dessa doença.
Só Deus, e ainda tem quem não acredite.
Maciel Matias – Médico mastologista, maciel.omatias@gmail.com
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