As autoridades de Gibraltar liberaram, nesta quinta-feira (15), o petroleiro iraniano Grace 1, que estava retido lá desde 4 de julho, informou o jornal “Gibraltar Chronicle”. A embarcação foi capturada por suspeita de transportar petróleo para a Síria, em violação ao embargo europeu.

O governo de Gibraltar informou que recebeu garantias, formalizadas por escrito, do governo do Irã de que a embarcação não levará o carregamento de petróleo para a Síria. O embaixador iraniano em Londres afirmou que o navio deixará o território britânico ultramarino em breve.

Logo após a decisão, os Estados Unidos voltaram a pedir, pela segunda vez nesta quinta-feira (15), que o navio continuasse retido, diz a Reuters.

Gibraltar afirmou não ter mais motivos para manter o navio apreendido, e que o pedido dos EUA é um assunto para as autoridades de assistência jurídica mútua, que farão uma determinação objetiva sobre o caso.

Segundo o comunicado oficial, enquanto o navio ficou retido e antes do compromisso por parte do Irã, foram feitas investigações que concluíram que, no momento de sua detenção, o Grace 1 estava, de fato, levando a carga até a refinaria de Baniyas, na Síria.

Mais cedo, os EUA haviam solicitado que o navio permanecesse apreendido, e a questão voltou à Suprema Corte de Gibraltar. Ao decidir pela liberação, o presidente do tribunal, Anthony Dudley, afirmou, entretanto, que não havia nenhuma solicitação americana tramitando ali.

O governo de Gibraltar já estava prestes a liberar o petroleiro nesta quinta (15), mas, com o pedido americano, a embarcação permaneceu retida. A audiência sobre a decisão foi adiada, então, para as 16h (horário local, 11h no horário de Brasília).

Segundo o governo de Gibraltar havia informado então, o Departamento de Justiça dos EUA “solicitou a apreensão do Grace 1 sob várias alegações, que agora estão sendo consideradas”. Não foram divulgados detalhes sobre o motivo do pedido, e o Departamento de Justiça não comentou o assunto.

O jornal “Gibraltar Chronicle”, que foi o primeiro a relatar a notícia, disse que o presidente do tribunal, Anthony Dudley, deixou claro que, se não fosse pelo gesto americano, “o navio teria partido”.

O Ministério das Relações Exteriores britânico disse em um comunicado que as “investigações conduzidas em torno do Grace 1 são assunto para o governo de Gibraltar” e que não poderia comentar mais, já que a investigação estava em andamento.

Havia expectativa de que o petroleiro iraniano fosse liberado em troca da soltura de um navio britânico, o Stena Impero, retido pelo Irã no dia 19 de julho na região do Golfo. Tanto o Reino Unido quanto o governo do Irã negam, entretanto, que planejavam fazer essa troca.

Um porta-voz do proprietário do Stena Impero afirmou, nesta quinta-feira (15), que a situação com o navio permanece a mesma, e que aguarda o desenrolar dos acontecimentos com o Reino Unido e o Irã.

O petroleiro Grace 1 foi capturado pela Marinha Real Britânica na costa de Gibraltar em 4 de julho; a embarcação carregava 2,1 milhões de barris de petróleo bruto do Irã.

O capitão e três membros da tripulação – nenhum dos quais é iraniano – foram presos e, depois, liberados, mas o paradeiro deles não é conhecido. A equipe do navio inclui marinheiros da Índia, Paquistão e Ucrânia.

O Irã chamou a apreensão do navio por Gibraltar de “ato de pirataria”.

No dia 19 de julho, a Guarda Revolucionária do país persa capturou o navio britânico Stena Impero. A força militar anunciou que o petroleiro não tinha respeitado as regras de navegação, e, por isso, tinha sido retido.

O Stena Impero, da fabricante Stena Bulk, havia partido dos Emirados Árabes Unidos e seguia para um porto na Arábia Saudita.

Tensões no mar

Seis ataques ocorreram na região do Golfo Persa nas últimas semanas. Os Estados Unidos atribuem a responsabilidade por eles ao Irã, que nega. No dia 20 de junho, o país persa derrubou um drone americano na região.

Agora, os dois petroleiros confiscados são vistos como peões no impasse entre o Irã e o Ocidente. Gibraltar nega que tenha sido ordenado a deter o Grace 1, mas várias fontes diplomáticas declararam que os Estados Unidos pediram ao Reino Unido para apreender a embarcação, diz a Reuters.

Já os britânicos vêm indicando que querem um acordo sobre o petroleiro, e insistem que a política em relação ao Irã não vai mudar com o novo primeiro-ministro, Boris Johnson, que assumiu o cargo no mês passado.

O Reino Unido também anunciou planos de participar de uma missão de segurança liderada pelos EUA no Golfo. Os iranianos, por sua vez, exigem há muito tempo que as marinhas ocidentais deixem a região; eles afirmam que ela deve ser patrulhada apenas pelos países dali.

Já os britânicos vêm indicando que querem um acordo sobre o petroleiro, e insistem que a política em relação ao Irã não vai mudar com o novo primeiro-ministro, Boris Johnson, que assumiu o cargo no mês passado.

O Reino Unido também anunciou planos de participar de uma missão de segurança liderada pelos EUA no Golfo. Os iranianos, por sua vez, exigem há muito tempo que as marinhas ocidentais deixem a região; eles afirmam que ela deve ser patrulhada apenas pelos países dali.

Fonte: G1

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