GOSTAR OU NÃO GOSTAR, EIS A QUESTÃO! –
Tem coisas que dizemos não gostar, sem nem ao menos termos conhecido, vivido, experimentado ou mesmo saboreado. Tem pessoas que gostamos de cara e outras que logo de cara repudiamos, sem nenhum motivo aparente. São pessoas que entalam, engasgam e nem regando com o mais nobre azeite, a mais nobre das causas, conseguem descer. Isso também acontece com lugares, comidas e coisas em geral.
Creio que o gostar não deva estar ligado unicamente às formas, e sim aos elementos que solidificam o conjunto, das minúcias unidas e significativas à nossa cosmovisão. Pré concepções arraigadas à nossa estrutura pensante, da matéria vista, dos aromas sentidos aos sons ouvidos. Cada um, recebido de uma forma diferente. O gostar, ou o não gostar, são canalizadores silenciosos dos caminhos que construímos e seguimos na formação da nossa história.
Somos assim, cheios de julgamentos, vontades e percepções. Cheios de instintos. Decodificações imaginárias das representações que criamos a cada minuto vivido. São os conflitos, as utopias, as ilusões, os prazeres e os desejos dando vazão quando as comportas da vida se abrem. Emergindo, das águas agitadas e turbulentas, ideias e conceitos produzidos pela fusão da alma e da razão.
Flávia Arruda – Pedagoga e escritora, autora do livro As esquinas da minha existência, [email protected]