‘Eu sou professor’, diz cartaz levantado por manifestante no domingo (18) em Paris, na França, durante protesto contra o assassinato de Samuel Paty — Foto: Charles Platiau/Arquivo/Reuters

O governo da França mandou fechar uma mesquita na região metropolitana de Paris acusada de incentivar o assassinato de Samuel Paty, anunciou o ministro do Interior, Gérald Darmanin, nessa segunda-feira (19). O professor foi decapitado na semana passada após mostrar caricaturas do profeta Maomé a alunos.

De acordo com as autoridades francesas, a mesquita, localizada na cidade de Pantin, forneceu o endereço do professor e disse que ele “merecia ser intimidado”. Paty foi decapitado na sexta-feira, também na periferia de Paris, em um ato caracterizado pelo presidente Emmanuel Macron como atentado terrorista.

Quinze pessoas foram presas por envolvimento com radicalismo. Entre os detidos, estão quatro estudantes do ensino médio, segundo fontes judiciais. O assassino é um checheno de 18 anos identificado como Abdullakh Anzarov, que foi morto pela polícia após o crime.

Os investigadores tentam, agora, descobrir se o assassino decidiu atacar o professor por conta própria ou se agiu a mando de um grupo ou de outra pessoa.

Além das pessoas suspeitas de envolvimento com o ato considerado terrorista, o governo também mira em outros radicais islâmicos para quem, segundo o ministro do Interior, as autoridades querem “enviar uma mensagem”. São pessoas já fichadas pelos serviços de inteligência por pregações radicais e mensagens de ódio nas redes.

Desde o assassinato de Samuel Paty, que ensinava História e Geografia em uma escola do ensino médio em Conflans-Sainte-Honorine, oeste de Paris, mais de 80 investigações foram abertas contra “todos aqueles que disseram de uma forma ou de outra que esse professor tinha buscado o assassinato”, disse Darmanin.

O presidente Emmanuel Macron convocou no fim de semana um conselho de defesa para debater o tema e disse que “o medo mudará de lado”.

No final de uma reunião de duas horas e meia com o primeiro-ministro, Jean Castex, cinco ministros e o procurador antiterrorista Jean-François Richard, Macron anunciou um plano de ação contra “estruturas, associações ou pessoas próximas a círculos radicalizados” que propagam convocações ao ódio.

Fonte: G1

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