O governo do Rio Grande do Norte disse que vai priorizar a assinatura de uma ordem de serviço para a realização de uma nova avaliação estrutural na barragem Passagem das Traíras, em São José do Seridó, na região seridó potiguar. A informação foi divulgada pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos após uma visita ao reservatório feita nesta terça-feira (29). Essa nova avaliação deve custar R$ 500 mil, segundo o secretário João Maria Cavalcanti.
Em relatório elaborado em 2017, mas só divulgado em 2018, a Agência Nacional de Águas (ANA) listou cinco barragens potiguares com danos físicos considerados preocupantes. Atualmente, a pior delas é a barragem Passagem das Traíras, que apresenta degradação do concreto e descontinuidade do maciço rochoso – problemas que voltaram a chamar a atenção nestes últimos dias em razão da catástrofe ocorrida com o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, em Minas Gerais.
Porém, segundo a Semarh, a Passagem das Traíras não corre risco de rompimento imediato porque está praticamente seca. A barragem pode acumular aproximadamente 50 milhões de metros cúbicos de água, mas o volume atual é de menos de 1% desta capacidade.
“Não há perigo. O que pode acontecer é o concreto se deteriorar mais porque ele é um concreto de baixa resistência. Mas isso não é um problema que possa causar ruptura”, disse o engenheiro Valdeci Rocha, se referindo a uma camada externa da parede da barragem que está se deteriorando. Até com as mãos é possível retirar pedaços da parede.
“O que mais preocupa é a ombreira direita, com indício de rochas muito fraturadas e provavelmente alguma falha por ali. Essas sondagens (a nova avaliação técnica) vão revelar. E se isso ocorrer, é possível resolver o problema com injeções de cimento. Se obtura e solidifica toda a estrutura da ombreira direita da barragem”, afirmou o engenheiro.
Na gestão passada, ainda no governo Robinson Faria, foi realizada uma licitação e contratada uma empresa para fazer o diagnóstico da barragem Passagem das Traíras, mas a ordem de serviço não chegou a ser assinada.
Ainda segundo a Semarh, a nova avaliação estrutural da barragem vai custar R$ 500 mil aos cofres públicos. Essa ordem de serviço, no entanto, ainda não tem data para ser assinada.
No início da semana, a Defesa Civil e o Departamento de Geofísica da UFRN prometeram fazer uma inspeção nas barragens potiguares.
Fonte: G1RN