A captação de água para fins econômicos no Vale do Açu, principalmente para as atividades de carcinicultura e a irrigação, está terminantemente proibida. O anúncio foi feito nesse domingo (17) pelo Instituto de Gestão de Águas do Rio Grande do Norte (Igarn). Objetivo é priorizar o consumo humano e animal.
Dos 167 municípios potiguares, 153 estão em situação de emergência decretada por causa da falta de chuvas. Este é o sexto ano consecutivo de escassez no estado, considerado o pior período de estiagem já registrado na história.
Na semana passada, durante uma discussão que reuniu representantes do Comitê Hidrográfico das Bacias Piancó-Piranhas-Açu, da Agência Nacional de Águas (ANA), Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) e prefeitos da região, ficou acertado que a interrupção seria feita por três dias. Contudo, após uma nova avaliação da situação, se decidiu que o melhor é suspender o fornecimento permanentemente, a não ser que a água seja para o uso humano ou para dar de beber aos animais.
O motivo da interrupção é a situação crítica em que se encontra a Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, maior reservatório do água do estado. Hoje, com aproximadamente 15% de sua capacidade, a barragem não está conseguindo dar conta do abastecimento de alguns municípios por causa da escassez de chuva e do baixo nível do reservatório.
A Barragem Armando Ribeiro Gonçalves abastece 34 cidades. Se não chover logo, ela pode entrar no volume morto até o final do ano e comprometer ainda mais a distribuição de água. O nível atual é o mais baixo desde que a barragem foi inaugurada, em 1983, segundo o Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs). A última vez que a barragem sangrou – ou seja, teve mais água que sua capacidade máxima e houve escoamento – foi em 2011.