O fim de semana é de muita articulação para o novo governo. O presidente em exercício Michel Temer negocia o nome do novo presidente do Banco Central e uma mulher para área da cultura. Ontem ele recebeu a visita no Jaburu do novo chefe do gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen. Ele foi chamado para falar das Olimpíadas. Temer já convocou outra reunião para semana que vem, com os ministros da Defesa, Justiça, Turismo, Esportes. Quer saber a quantas andam os preparativos para os Jogos Olímpicos.
Outra preocupação de Temer é com a repercussão negativa da ausência de mulheres em sua equipe e o fim do Ministério da Cultura. O governo promete resolver os dois problemas. A Cultura, que havia sido incorporada ao Ministério da Educação, será uma secretaria especial, ligada à presidência e comandada por uma mulher. Adriana Rattes, ex-secretária de Cultura do Rio, é o nome mais cotado. O novo arranjo segue a lógica estabelecida por Michel Temer, onde sempre há espaço para negociação.
O Planalto ainda acompanha atentamente a repercussão dos nomes indicados para o governo e das medidas consideradas pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, como as mudanças na aposentadoria e a volta da CPMF, criticada até por aliados. O secretário de governo, Geddel Vieira Lima, se apressou em dizer que o governo não vai mandar pacote pronto, sem um debate prévio com os parlamentares. “É fundamental que haja um comprometimento do Congresso Nacional na elaboração dessas medidas para que os agentes que participam do governo em nome deles possam estar comprometidos em implementá-las.” afirmou Geddel.
O secretário também conversou com o presidente da Câmara, Waldir Maranhão. Disse que o governo não vai interferir nas questões internas da Câmara, mas quer que a Casa funcione. Por ora, convém ao governo deixar Maranhão onde está e articular as votações com os líderes. Assim, todo este fim de semana tem sido de muita conversa. Temer viajou para São Paulo, onde deve se reunir com o ministro Henrique Meirelles. Pretendem anunciar o novo presidente do Banco Central na segunda-feira (16). Dois ex-diretores do banco estão no páreo: Ilan Goldfajn e Mário Mesquita. O ex-ministro de Integração Nacional Gilberto Ochi foi escolhido para presidir a Caixa Econômica Federal. Mais um nome do Partido Progressista no governo.