Um novo encontro com representantes do Grupo de Lima começou na manhã desta segunda-feira (25), em Bogotá, na Colômbia, para discutir a crise na Venezuela. A discussão acontece depois da tentativa de entrega de ajuda humanitária no fim de semana nas fronteiras com o Brasil e a Colômbia.
O líder da oposição e presidente autoproclamado, Juan Guaidó, e o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, compareceram ao encontro.
Pence afirmou que a violência durante a tentativa de entrega de alimentos e remédios tão necessários à Venezuela fortalece a determinação dos EUA de apoiar Guaidó até que a liberdade seja restabelecida na Venezuela, disse Pence em uma reunião do bloco regional do Grupo Lima.
“A você, presidente Guaidó, uma simples mensagem do presidente Trump: estamos com você 100%”, declarou Pence.
Guaidó pediu um minuto de silêncio pelo que chamou de “massacre que sofreu o povo da Venezuela no sábado, dia 23”, fazendo referência aos confrontos entre as forças de segurança e opositores de Maduro na entrega da ajuda humanitária. Para ele, ser “permissivo” com Maduro nesse momento constituiria um ameaça para a América Latina.
“No Grupo Lima, estamos lutando por uma solução pacífica”, disse o vice-ministro do Exterior do Peru, Hugo de Zela, na abertura da reunião. Para ele, chegou a hora de adotar “mais medidas para isolar o regime”. “Medidas mais claras para aumentar a pressão, e estamos dispostos a assumir posições mais categóricas, agir politicamente, agir financeiramente”, insistiu.
“Reafirmamos nosso compromisso com a transição democrática e a restauração da ordem constitucional na Venezuela”, afirmou Holmes Trujillo, ministro das Relações Exteriores da Colômbia e anfitrião do encontro.
Trujillo lembrou que, com o apoio do Grupo de Lima, “alguns países fizeram um grande esforço para facilitar a operação de um canal para fornecer assistência humanitária internacional para aliviar, ainda que parcialmente, a situação humanitária grave que afeta muitos venezuelanos”.
Antes do encontro, Guaidó chegou a pedir que “todas as opções permaneçam abertas” contra o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
O Grupo de Lima foi criado em 2017 por iniciativa do governo peruano com o objetivo de pressionar para o restabelecimento da democracia na Venezuela. Integram o grupo os chanceleres de países como Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Paraguai e Peru, entre outros.
Pouco antes do início do encontro, a Comissão Europeia fez um apelo para que seja encontrada uma saída negociada para a crise e para que os líderes evitem uma intervenção militar no país. O presidente da Bolívia, Evo Morales, pediu ao Grupo de Lima pelo Twitter para que o Grupo de Lima busque por diálogo.
“Irmãos Presidentes do Grupo de Lima: Respeitando as nossas diferenças políticas e como líderes democraticamente eleitos, peço-lhes, com muito respeito, que busquem uma solução mediante o diálogo”, afirmou o líder boliviano.
Aliados de Maduro reprimiram violentamente as tentativas de comboios oposicionistas com alimentos e medicamentos de ingressar na Venezuela. Há registros de vítimas, mas não há um balanço oficial.
Entre sexta-feira (22) e sábado (23), quatro pessoas morreram e 300 ficaram feridas, de acordo com dados do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).
Porém, o prefeito da municipalidade de Gran Sabana, que é opositor de Maduro, afirmou que 25 pessoas morreram e 84 ficaram feridas em Santa Elena de Uairén (cidade venezuelana na fronteira com o Brasil). A informação não foi confirmada por fontes independentes.
Fonte: G1
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