O Grupo de Trabalho Anticorrupção (GTAC) do G20 – fórum que reúne as maiores economias do mundo – definiu compromissos na luta contra a corrupção durante reunião que aconteceu em Natal.
O evento, que transcorre desde segunda (21) e termina nesta quinta (24), analisou as prioridades das nações participantes para fortalecimento de mecanismos de transparência, integridade e responsabilização, tanto no setor público quanto no privado.
Entre os países presentes estão representantes de governos como Portugal, Argentina, França, Suíça, Austrália, Espanha, além da União Europeia e nações africanas e asiáticas.
O encontro destacou que a corrupção é um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento sustentável e à igualdade, agravando desigualdades sociais e econômicas e minando a confiança nas instituições públicas.
O resultado do encontro foi a elaboração de uma declaração ministerial que será submetida aos líderes do G20 durante a cúpula dos chefes de Estado e de governo, que ocorrerá no Rio de Janeiro nos dias 18 e 19 de novembro de 2024.
A declaração ministerial endossada pelo grupo enfatiza que o fortalecimento da integridade em todas as esferas da sociedade, tanto no setor público quanto no privado, é essencial para a construção de um “mundo justo e um planeta sustentável”, lema da presidência brasileira do G20.
Durante o encontro, foram estabelecidos três compromissos principais na luta contra a corrupção. O primeiro compromisso é garantir a participação ativa da sociedade civil na construção das agendas anticorrupção.
O segundo ponto abordado foi o papel da iniciativa privada no combate à corrupção. O ministro da CGU, Vinícius Marques, ressaltou que a corrupção não é um problema exclusivo do Estado, mas também do setor privado.
O terceiro compromisso, diretamente relacionado ao desenvolvimento sustentável, diz respeito ao combate à corrupção em situações de desastres climáticos. O ministro afirmou que os países, liderados pelo Brasil, também assumiram um compromisso de buscar a gestão eficientes dos recursos públicos disponibilizados para situações de desastres climáticos.
“São situações que têm ocorrido, infelizmente, com cada vez mais frequência e que têm acontecido em qualquer estado da federação. Esse ano aconteceu no Rio Grande do Sul. Nós temos chuvas muito fortes, secas muito fortes, e tudo isso tem que ser enfrentado com uso de recursos públicos da maneira mais eficiente possível”, afirmou.
Superintendente da CGU no Rio Grande do Norte, Rogério Vieria dos Reis ressaltou que o evento discutiu temas relevantes local e globalmente, em busca de soluções conjuntas.
“A corrupção desvia grande parte dos recursos que deveriam estar sendo aplicados na educação, na saúde. Então quando a gente vê, às vezes, as políticas públicas não sendo bem executadas, não chegando no cidadão, às vezes a razão é justamente a corrupção”, pontuou.
A governadora do Rio Grande do Norte participou da reunião ministerial. Em seu discurso oficial, Fátima Bezerra assinalou os avanços do Governo Federal para o combate aos crimes de corrupção. “O Brasil tem avançado no combate à corrupção, criando um ambiente de negócios mais íntegro, que favorece o desenvolvimento econômico e a redução das desigualdades. Esse esforço é um passo decisivo para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e combater a fome e a pobreza”.
Durante o evento do G20 sobre integridade e anticorrupção em Natal desta quinta-feira (24), os auditores federais da Controladoria Geral da União (CGU) protestaram contra a desvalorização da carreira.
Vestidos de preto e com cartazes que pediam um acordo com o governo federal em relação ao reajuste salarial, eles ocuparam a frente do hotel Serhs onde estavam reunidos o ministro da CGU, Vinícius Marques, a governadora Fátima Bezerra, além de especialistas e líderes globais que participam do G20.
Os servidores vêm pedindo uma negociação mais justa com o Ministério da Gestão e da Inovação (MGI) há meses, além do fim das assimetrias remuneratórias.
A mobilização contou com servidores da CGU do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Ceará, Alagoas, Bahia e Espírito Santo.
A greve dos auditores e técnicos da CGU já afeta a capacidade operacional do órgão em várias áreas, como a conclusão de acordos de leniência e a realização de auditorias e fiscalizações, e tem impactado também as operações especiais, realizadas com a Polícia Federal.
Fonte: G1RN
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