Com o foco voltado para os ‘millennials’ e conhecida por suas notícias de vanguarda e pelo conteúdo de estilo de vida, a Vice foi uma das estrelas de uma geração de empresas de mídia digital.
A empresa, no entanto, passou a enfrentar dificuldades com a queda nas receitas de publicidade e, no ano passado, entrou com um pedido de falência nos Estados Unidos. Um mês depois, um grupo de credores liderado pelo Fortress Investment Group a adquiriu por quase US$ 350 milhões (cerca de R$ 1,7 bilhão).
A decisão é a mais recente em um setor que enfrenta muitos problemas nos EUA. No ano passado, por exemplo, o BuzzFeed News encerrou as atividades após 12 anos no mercado.
“Com esta mudança estratégica, chega a necessidade de realinhar os nossos recursos e otimizar nossas operações na Vice”, afirmou Bruce Dixon, CEO do Vice Media Group, aos funcionários em um memorando que foi divulgado por jornalistas da empresa. “Lamentavelmente, isto significa que vamos reduzir nossa força de trabalho, eliminando centenas de postos de trabalho”.
Dixon afirmou que “não é mais rentável distribuir nosso conteúdo digital da maneira que fazíamos antes”.
O executivo explicou que, no futuro, a empresa “buscará parcerias com empresas de comunicação consolidadas para distribuir conteúdo digital, incluindo notícias”, à medida que faz a transição para um “modelo de estúdio” de produção.
A notícia é um grande revés dramático para uma empresa de mídia que há seis anos foi avaliada em US$ 5,7 bilhões (R$ 28,2 bilhões).
Várias novas empresas de mídia digital não conseguiram monetizar o entusiasmo por sua marca para cumprir as projeções dos investidores.
A desaceleração no mercado de publicidade digital e as condições de crédito mais restritivas tornaram o ano passado particularmente difícil para empresas de comunicação relativamente jovens, como a Vice.
A Vice foi fundada em 1994 como uma revista canadense e cresceu a ponto de virar um grupo de mídia digital, com sites de notícias e programas na televisão.
Desde o início, a empresa apostou na imagem ‘bad boy’ do setor digital e conseguiu muito sucesso com o público jovem.
Em 2018, o cofundador Shane Smith renunciou ao cargo de CEO depois que o grupo foi alvo de várias denúncias de assédio moral, o que levou à demissão de três funcionários.
Fonte: G1