O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, convocou em uma transmissão ao vivo pela internet, nesse domingo (3), novas manifestações contra o governo de Nicolás Maduro para segunda e terça-feira em todo o país e prometeu participar dos protestos, após encerrar sua viagem por países da América Latina em busca de apoio.
“Amanhã voltamos às ruas em toda a Venezuela, às 11 horas. Estamos indo bem porque estamos indo juntos, porque estamos indo com tudo! Vamos Venezuela!”, afirmou.
Nos últimos dias, Guaidó esteve na Colômbia, no Brasil, Paraguai, Argentina e Equador, desafiando uma determinação do Tribunal Supremo venezuelano, que o havia proibido de deixar o país no final de janeiro.
Ele já tinha dito mais cedo neste domingo, ao deixar a cidade equatoriana de Salinas, que estava regressando à Venezuela, mesmo sabendo que poderia ser preso ao chegar.
Na transmissão, Guaidó voltou a falar sobre a possibilidade de ser preso. “Se o usurpador (Maduro) e seus cúmplices ousam tentar me deter, será um dos últimos erros que estará cometendo. Deixamos um caminho claro, com instruções claras a serem seguidas por nossos aliados internacionais e irmãos parlamentares. Estamos muito mais fortes do que nunca e não é hora de fraquejar”, afirmou.
O líder oposicionista agradeceu ao apoio dos presidentes dos países que visitou e reforçou que conta com o suporte de uma grande comunidade internacional. “Vejam o que alcançamos em dois meses. Estamos avançando a passos gigantes”, disse, em um discurso de tom otimista. “Estamos nos tornando mais organizados. Temos o apoio dos venezuelanos e da comunidade internacional”.
“Agradeço o apoio que nossos países irmãos Colômbia, Brasil, Paraguai, Argentina e Equador nos deram durante nossa turnê internacional. Obrigado a todos os povos da região que nos acompanham nesta cruzada que transcende a esquerda e a direita”.
Guaidó também voltou a se dirigir às forças armadas, novamente tentando conquistar a simpatia dos militares venezuelanos. Segundo ele, 700 oficiais das Forças Armadas Bolivarianas, aproximadamente 20% dos que serviam em Táchira, solicitaram refúgio na Colômbia.
“A Força Armada Boliviariana deve assumir sua responsabilidade histórica”, disse. Ele falou também sobre o papel dos militares na repressão à oposição e nos episódios violentos contra manifestantes e indígenas. “Sabemos em primeira mão a vergonha que sentiram nesta situação”, acrescentou.
“Não há paz num país onde os nossos povos indígenas são massacrados, onde há grupos armados atirando contra um povo desarmado que só exige assistência humanitária”.
EUA respondem
Pouco depois da transmissão de Guaidó, o assessor de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, se pronunciou em uma mensagem no Twitter, na qual ameaçou uma resposta caso alguma atitude seja tomada contra o líder oposicionista em seu retorno à Venezuela.
“O presidente interino venezuelano, Juan Guaidó, anunciou seu planejado retorno à Venezuela. Quaisquer ameaças ou atos contra seu retorno seguro serão recebidos com uma resposta forte e significativa dos Estados Unidos e da comunidade internacional”, escreveu Bolton.
Fonte: G1