HAJA IMPOSTO –

Winston Churchill, militar, estadista e escritor britânico que serviu como primeiro-ministro do Reino Unido foi uma das brilhantes mentes do século XX. Dentre as inúmeras frases a ele atribuídas eu pincei esta porque estampa o momento político-econômico do Brasil: “Uma nação que tenta prosperar com base em impostos é como um homem com os pés em um balde, tentando levantar-se puxando a alça dele.”

Será que aumentar impostos é a solução adequada para o nosso governo esbanjador cobrir a gigantesca onda de gastos de 2024? A gastança absurda do ano passado causa preocupação quanto ao equilíbrio financeiro do país. Segundo o Banco Central a Dívida Pública – provocada quando o governo gasta mais do que arrecada -, alcançou os R$ 7,3 trilhões.

Acontece de a conjugação do verbo economizar em gastos públicos não ser o forte do governo atual. Fato esse comprovado já no início da gestão ao ampliar o número de ministérios de 26 para 37, inflando em 60% tais pastas para acomodar apadrinhados. Enquanto isso, Javier Milei, na presidência da Argentina, os reduziu pela metade, encaixotando os 18 ministérios existentes no país em apenas 9 pastas.

Como não poderia ser diferente o preço por tamanho nepotismo com a coisa pública brasileira acendeu a luz do descontrole fiscal. As medidas propostas pelo Ministério da Economia para a contenção de gastos não encontraram eco entre os nababos do serviço público, que rejeitaram a eliminação dos penduricalhos em seus contracheques.

Em se tratando de finanças não existe meio termo, alguém tem que pagar a conta. A reação se manifestou com a forte desvalorização do real perante o dólar e a consequente alta na taxa de juros, que alcançou os dois dígitos no final do segundo ano do governo. Daí a continuada venda de parte da reserva internacional de dólares para conter a inflação decorrente do gasto descontrolado.

O impasse foi criado. De um lado nenhuma renúncia às benesses dos supersalários dos poderes judiciário e legislativo; e, do outro, um governo que não para de esbanjar. Fiquemos tranquilos que sobrará, como sempre, para a classe média assalariada do executivo, que vai estrebuchar ante o tamanho da carga fiscal.

Entra governo e sai governo e a mesma ladainha é cantada, numa esnobação fora de propósitos para ferir os brios do brasileiro cumpridor de suas obrigações e responsabilidades para consigo, suas famílias e com os deveres e compromissos para com a nação.

Ao final, tudo continuará sob a mesma batuta na regência da mesma encenação, como numa peça teatral. Criam-se impostos, aumentam-se impostos e os desajustes sociais continuam os mesmos de sempre. Simulam-se opções, afiançam-se mudanças benéficas para populações descrentes de tudo e de todos por estarem cansadas de esperar por melhorias que nunca chegam em suas vidas.

Sinceramente, neste estágio de minha existência não antevejo nenhum sistema de governo que pratique a justiça do sutiã que, em suma, consiste em controlar os grandes, levantar os caídos e proteger e revitalizar os pequenos…isso, sem impostos em excesso.

 

 

 

José Narcelio Marques Sousa –  Engenheiro civil

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