A calma retornou nesta segunda-feira (6) à Faixa de Gaza e ao sul de Israel após um fim de semana em que a região enfrentou a pior escalada de violência nos últimos anos. O conflito deixou 27 mortos.
A rádio do Hamas, grupo que detém o poder em Gaza, anunciou uma trégua, mas não houve nenhum anúncio oficial de cessar-fogo. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que “a campanha em Gaza não acabou e exige paciência e discernimento”.
A declaração do premiê acontece depois que o exército israelense suspendeu as medidas de segurança impostas para os residentes no sul do país, na região vizinha à Gaza,
Sob condição de anonimato, três autoridades palestinas e egípcia disseram à AFP que os palestinos aceitaram um cessar-fogo, que entrou em vigor antes do amanhecer, neste início do Ramadã. Israel não confirma a informação.
A imprensa local afirma que israelenses e palestinos haviam concordado com uma trégua, intermediada pelo Egito, do Catar e a ONU.
Um responsável da Jihad Islâmica, segunda força no enclave palestino, informou à AFP que o acordo prevê medidas que incluem a extensão das zonas de pesca para os palestinos no Mediterrâneo, bem como melhorias no fornecimento de eletricidade e combustível — preocupações primordiais no enclave onde vivem dois milhões de palestinos.
Entre os fatores que poderiam pressionar Israel a acalmar a situação na região estão: as negociações em curso para formar uma coalizão governamental depois da vitória de Benjamin Netanyahu nas eleições e as comemorações pela criação do Estado de Israel, que acontecem na quinta-feira (9).
Mais cedo, as Forças de Defesa israelenses (IDF, na sigla em inglês) afirmaram que o país foi alvo de 690 foguetes disparados a partir de Gaza e atacou 350 alvos do Hamas e da Jihad Islâmica. Dos 690 foguetes, 240 foram interceptados pelo sistema de defesa anti-aéreo de Israel (35%). Quatro israelenses e 23 palestinos morreram.
As Forças de Defesa de Israel dizem que os alvos atacados em Gaza são locais de lançamento de foguetes, centros de comando e treinamento, fábricas e depósitos de armas, postos de observação e complexos militares.
A nova escalada de violência começou na sexta-feira (3), durante protestos em Gaza contra o bloqueio da região – medida tomada por Israel com a justificativa de barrar a entrada de armas para militantes palestinos.
Na ocasião, um atirador palestino disparou e feriu dois soldados israelenses na fronteira entre Israel e Gaza. Em retaliação, Israel lançou ataques aéreos que mataram dois militantes palestinos.
No sábado de manhã, o sistema israelense de bloqueio aéreo começou a abater dezenas de foguetes disparados a partir de Gaza. Ainda assim, construções em Israel foram atingidas. Ainda no sábado, Israel passou a disparar contra Gaza.
Por causa do confronto, cerca de 210 mil crianças israelenses tiveram as aulas canceladas, segundo o balanço da IDF.
Este é um dos mais graves crises na região desde o conflito entre Israel e Palestina ocorrido entre julho e agosto de 2014.
No fim de semana, a União Europeia pediu o “cessar imediato” dos disparos e o emissário da ONU encarregado do conflito israelense-palestino, Nickolay Mladenov, exortou a “todas as partes a acalmar a situação e voltar ao entendimento dos últimos meses”.
Já o presidente americano, Donald Trump, assegurou no domingo que Israel tem todo o apoio de Washington após a retaliação aos disparos feitos de Gaza.
“Mais uma vez, Israel enfrenta uma série de ataques mortais com foguetes de grupos terroristas Hamas e Jihad Islâmica. Apoiamos Israel 100% na defesa de seus cidadãos”, tuitou o presidente americano.
Fonte: g1
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