HISTÓRIA DA MEDICINA DO RIO GRANDE DO NORTE –
No inicio década de 1970, após concluir o meu curso de pós graduação na Universidade Federal da Bahia (Serviço do Professor Heonir Rocha), comecei literalmente a minha atividade profissional como médico clínico na especialidade de nefrologia.
Já pertencia ao quadro de funcionários da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em função burocrática exercida na Faculdade de Farmácia.
Retornando da minha pós graduação, fiquei à disposição do Hospital Universitário Onofre Lopes, aguardando a convocação oficial de concurso para integrar o quadro do magistério da UFRN.
A convocação oficial é feita com o anúncio de duas vagas para a disciplina de Nefrologia, até então ausente na grade curricular do curso. Concurso realizado com aprovação e ocupação das duas vagas, a segunda, para o colega José Euber Pereira Soares.
A nova disciplina, ficou agregada e vinculada à Cardiologia, com a designação de Clinica Médica II.
Ocupei a sua Coordenadoria, onde permaneci até o ano da minha aposentadoria.
Procuramos dar corpo e visibilidade a disciplina, concentrando os doentes em enfermarias específicas com cuidados especiais.
Criamos o serviço de diálises: a peritoneal e hemodiálise, essa última utilizando o rim artificial doado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte pela
Alemanha Oriental; de difícil manuseio e conservação; uma máquina literalmente obsoleta.
Mesmo assim, enfrentamos o desafio. Colocamos a engenhoca para funcionar e realizamos a primeira hemodiálise no Estado (março de 1972). Fato relevante e histórico para a medicina do Estado.
Foram momentos difíceis e desafiadores, com trabalho exaustivo na preparação da solução de HD, tendo que quebrar de maneira artesanal as duras pedras de sais, seus componentes básicos.
Hoje, são lembranças vivas, de mais de meio século, guardadas e registradas com grande orgulho pelos seus feitores, no inapagável e inesquecível memorial da história da medicina do Rio Grande do Norte.
Berilo de Castro – Médico e Escritor