O calor anda brabo. Depois do solstício de verão, quando se caminha para o equinócio agora em dezembro, o Sol esquenta de verdade. E só vamos ter alívio aí por volta de maio, após o solstício de Março, e a chegada do equinócio de junho.
Sou um cara calorento e não conseguiria dormir direito se não fora o ar condicionado. Geralmente, o ligo uma meia hora antes de ir para a cama e, quando vou me deitar, já está frio suficiente para poder me agarrar com minha mulher e dormirmos no quentinho. Quentinho civilizado, com o frio do lado de fora, nos esperando caso sintamos calor.
Esta noite, no entanto, foi diferente. Dormi agarrado com um holter. Holter é aquele aparelhinho que os cardiologistas usam para ver como funciona o coração durante 24 horas seguidas. Hoje, realmente um aparelhinho, que incomoda, especialmente para dormir, mas nem tanto. O tamanho e o peso, diminuíram muito e o trambolho já não é tanto.
Da primeira vez que usei um bicho desses, era do tamanho e do peso de um tijolo grande. Você quase tinha que ter um caminhão para carregar o treco de um lado para o outro. Para dormir, era um sofrimento. Colocava o aparelho em cima da mesa de cabeceira, e ficava preso por uma ruma de fios, quase sem movimentos, durante a noite inteira. E se dormia mal, muito mal.
Além disso, tinha que ir de novo ao consultório para o desligar. Como sempre, demorava a ser atendido, pois por mais cedo que você fosse tinha sempre alguém que chegara antes. E lá ficava você, com o aparelho pesando, pendurado, aguardando o atendimento. Haja paciência. Hoje, você mesmo retira o aparelho quando completa o tempo, e vem um motoboy da clínica buscar o holter em sua casa. Tempos novos, ótimo para algumas coisas.
Agora, é aguardar a análise dos resultados; que você está bem melhor, ou não tem nada. E, de qualquer forma, que a sua receita seja um whisky diário, antes do almoço. Espero. Não quero mudar de médico, pois o meu, aliás uma médica, é sem igual.
Dalton Mello de Andrade – Ex secretario de Educação do RN