HONRADEZ NO MUNDO –
Independentemente de quaisquer referências de natureza político-ideológicas, sequer de registros históricos governamentais de Portugal, que descabem ao Brasil, apenas trazemos à baila a figura do ex-Presidente da República Ramalho Eanes (António dos Santos Ramalho Eanes), exclusivamente para enaltecer a figura de um homem público, probo, que pautou sua vida política por princípios rígidos de honradez e moralidade.
Sua assertiva sociológica é lúcida e verdadeira no decorrer da história do mundo em muitas das nações, do Ocidente ao Oriente, de Norte a Sul:
“…enquanto as cadeias se enchem de pequenos ladrões e os grandes ladrões governam o país. É esse o nosso problema”
define, de forma lapidar e dura, muitas realidades administrativas, que permeiam o universo da dignidade humana.
Abaixo da Linha do Equador, na imensidão continental brasileira, o povo cultua a figura majestática do fundador de Brasília, ex-Presidente da República Federativa do Brasil, Juscelino Kubitscheck de Oliveira que, em quatro anos, transferiu a Capital para a hinterlândia da nação e irradiou o desenvolvimento nacional, até então limitado à faixa litorânea.
Estadista simples e probo, que regeu sua vida pela honradez vivencial, também, deixou um rastro inesquecível de honorabilidade e postura harmônica.
Por sua vez, embora não tenha galgado a Presidência do Brasil, o soteropolitano Rui Barbosa de Oliveira, cognominado de Águia de Haya, marcou a vida pública nacional, indignado com as mazelas de administradores, que registrou, também, de maneira brilhante e veemente, ao afirmar:
“De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.”
Cientificamente, a questão da corrupção é analisada com maestria pelo saudoso cientista polaco, Andrej Lobaczewiski, criador da Ponerologia – O Estudo do Mal, que em sua magnum opus Political Ponerology, p.55, ed. Vide Editorial, explicita a fundamentação, assim:
“Um sistema de governo forjado por uma minoria psicopata que assume o controle da vida de pessoas normais. Ocupam não só cargos políticos, mas posições de referência moral e intelectual – incluindo-se aí as salas de aula e cátedras universitárias, como os “pedagogos da sociedade”: pessoas fascinadas por suas ideias grandiosas, frequentemente limitadas e com alguma mácula derivada de processos de pensamento patológico, que se esforçam para impor suas teses e métodos, empobrecendo a cultura e deformando o caráter das pessoas.”.
Todos eles, guardados os devidos tempos, alinharam-se, rigidamente, ao preceito da honradez.
A filosofia grega propagou-se pelo Império Romano, a pregar a busca da serenidade e da verdade, visando a alcançar a felicidade do ser humano.
Marcus Tullius Cícero, entre suas inúmeras obras, deixou-nos – De finibus malorum et De bonorum (Dos extremos dos bons e dos maus).
De sua passagem telúrica é bom relembrar esta sua manifestação:
“A história é testemunha do passado, luz da verdade, vida da memória, mestra da vida, anunciadora dos tempos antigos.”
José Carlos Gentilli – Escritor, membro da Academia de Ciências de Lisboa e Presidente Perpétuo da Academia de Letras de Brasília
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