HORÓSCOPO ELEITORAL –

Desde o século VII a.C. os povos da Antiguidade, dentre eles os babilônios, gregos e romanos, ao observarem os céus, procuravam perscrutar as almas e seus desígnios, a estabelecer identidades estelares e mitológicas.

Verdadeiras elucubrações adivinhatórias desenvolvidas com escopo divinatório, metafísico, celestial, à busca das antecipações de acontecimentos futuros, onde o imponderável da futuridade ganhava roupagem de credibilidade.

Exercício do tarô, da quiromancia, da astrologia, da numerologia, algo místico!

Nos oragos, pitonisas e dervixes procuravam desvendar, hipoteticamente, os mistérios divinais dos humanos, numa simbiose metafísica de interesses de toda ordem, com suas predições de acordo com seus interesses mercadológicos pessoais.

Os interesses sempre regeram e regem os oráculos!

As queridas mães-de-santo das religiões africanas lançam búzios na busca aleatória de soluções existenciais, como dizem os sambistas carnavalescos – verdadeiro samba do crioulo doido.

Assim, nosso egrégio Superior Tribunal Eleitoral centraliza e procura dar ares de legalidade e cientificidade às pesquisas eleitorais, catalogando-as, numerando-as, revestindo-as de oficialidade.

Os tribunais eleitorais, órgãos que manipulam os regramentos eleitorais brasileiros, transformaram-se em meros e pretensos organismos eleitoreiros a espelhar resultados de pesquisas dos votantes deste continente chamado Brasil, como fossem oragos constitucionais, merecedores de fé pública.

Alguma coisa está errada no Reino da Dinamarca!

Os limites das venalidades econômicas, perante as impenetráveis e as incognoscíveis aspirações eletivas, societárias, passam a integrar os meandros das soluções e dos resultados duvidosos.

Verdadeira roleta de resultados, a manipular ostensivamente a credulidade da massa ignara e analfabeta, sob a égide fiscalizadora de um segmento funcional oficial, que se auto reveste de poderes de um oráculo dos tempos primevos.

Pobre Brasil, pobre povo tupiniquim, que vive à mercê de oragos oficiais, a antecipar resultados, conflitantes e díspares, a exibir ostensivamente pesquisas imponderáveis.

Em pleno século XXI depois do Rabi – era da Inteligência Artificial, observam-se procedimentos casuísticos, ininteligíveis, retrógrados, verdadeiras metamorfoses cognitivas, que afrontam a credulidade e a veracidade organizacional de uma nação.

Os mitos, verdadeiros Cavaleiros do Apocalipse, na visão de Duhrer, cavalgam paragens que integram o fim do mundo da racionalidade humana.

Outubro, antigo oitavo mês do calendário romano, alterado pelo Imperador Júlio Cesar, que foi aquele que ao atravessar o Rubicon com seus exércitos, a enfrentar o Senatus, disse, simbolicamente, ALEA JACTA EST, ou seja, a sorte está lançada.

Às vezes, os horóscopos projetam verdades, a feitio de sorteios, meio ao universo dos sortilégios.

 

 

 

 

José Carlos Gentili – Jornalista

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