Influenciado pelo movimento de realocação de recursos que se seguiu às divulgações de dados da economia americana, que vieram mais fortes que o esperado, o Ibovespa encerrou ontem a sessão de negócios em queda de 1,70%, aos 84.041,34 pontos. Mas, embora os pares em Nova Iorque tivessem forte desvalorização, a visão mais otimista dos investidores para a bolsa brasileira ajudou a segurar o recuo por aqui durante o pregão. O índice à vista chegou a bater na mínima do dia, aos 83.831,19 pontos, mas logo voltou ao nível dos 84 mil. Assim, embora encerre a semana com perdas de 1,74%, ainda acumula valorização de 10,00% em 2018.
Indicações de que a economia dos Estados Unidos pode ficar mais aquecida podem levar a quatro em vez de três altas nos juros por lá. Os títulos do governo americano de dez anos já vinham apontando alta e passaram de 2,65%, no dia 26 de janeiro, para 2,85% agora. Em razão dessas elevações, há uma saída de recursos da renda variável para a compra de Treasuries. Os analistas concordam que o fato de o Ibovespa ter recuado menos do que seu principal par em Nova York, o Dow Jones, mostra que os investidores estão mais otimistas com o Brasil, dadas as perspectivas boas para o crescimento econômico, inflação e taxa de juros baixas e o resultado melhor das empresas.
O que contribuiu para a queda do Ibovespa foi o recuo nas cotações para o barril do petróleo no mercado internacional e o recuo dos índices de energia nos Estados Unidos. Isso fez com que as ações da Petrobras e da Vale retrocedessem cerca de 2,5%. Os papéis PN e ON da petroleira fecharam em baixa de 2,67% e 2,68%, enquanto as ações ON da mineradora recuaram 2,37%. Os papéis do setor financeiro na bolsa do Brasil também foram afetados pelo exterior, lembrou o operador da Renascença, influenciados pelas baixas de seus correlatos na Europa após Deutsche Bank anunciar prejuízo no 4º trimestre.