O açude Gargalheiras, localizado no município de Acari, no Seridó potiguar, sangrou na noite desta quarta-feira (3) após 13 anos. A sangria foi comemorada com fogos e orações pelos sertanejos.
A sangria do Gargalheiras representa fartura para o povo seridoense que tanto já sofreu com a seca no estado. As imagens acima, feitas na manhã desta quinta (4) pelo repórter cinematográfico Cléber Dantas, mostram o transbordo do açude.
No Gargalheiras, o transbordo acontece por uma parede de mais de 20 metros, proporcionando o que os sertanejos da região chamam de “véu de noiva” quando há a queda d’água, mas esse espetáculo ainda não começou.
O local foi cenário do filme brasileiro “Bacurau”, quando estava completamente seco, em 2018. O açude é patrimônio histórico, geográfico, paisagístico, ambiental e turístico do Rio Grande do Norte.
40 dias: de 1% de volume à sangria
Em cerca de 40 dias, o açude de Gargalheiras saiu de 1% de volume de água para a sangria. Em 22 de fevereiro, o açude tinha 1,63% do volume de água, de acordo com o Instituto de Gestão de Águas do RN (Igarn).
No relatório semanal mais recente divulgado pelo instituto, na quinta-feira passada (28), o Açude Gargalheira apresentava 36% de acúmulo de água – e esse já era o maior volume registrado no reservatório desde 2012.
Além das chuvas que caíram nos últimos dias no estado, o aumento no nível do Gargalheiras foi impulsionado também pela sangria do Açude Dourado, em Currais Novos, que levou parte da água para o açude de Acari.