IMPRESSÕES DE UMA VIAGEM –
Dentro da programação sócio-cultural desenvolvida pelo nosso grupo que caminha na Av. Afonso Pena, realizamos um passeio para conhecer as últimas barragens construídas em nosso Estado.
O grupo era constituído por Abreu/Crinaura, Aluísio/Perpétua, Ari/Beatriz, Aurélio/Claudete, Caio/Iara, Fernando/Tereza, Josebel/Diva, José Marlúcio/Jussara, Lenilson/Fabíola e Odilon/Vera.
A saída de Natal ocorreu numa manhã de sol brilhando e no trajeto, em São Pedro do Potengi, na fazenda de Abreu e Crinaura realizamos uma parada, quando o casal recebeu de um funcionário o tradicional guiné com farofa. Aliás, estava super saboroso e foi consumido em pouco tempo.
A Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, está localizada no Município de Assu, distante 211 km de nossa Capital, tem uma altura máxima de 40 metros, uma extensão de 4.400 metros e uma capacidade de 2,4 bilhões de metros cúbicos de água.
A seguir, fomos a Barragem de Umari, em Apodi, que fica a 65 km a oeste de Mossoró e tem uma altura de 40 metros, um volume de água de quase 300 milhões de metros cúbicos.
O município guarda a maior fonte arqueológica do Estado – o Sítio Lajedo de Soledade, que se trata de uma formação de rocha calcárea, entrecortada por pequenos “canyons”, com dezenas de abrigos sob rocha e gravuras pré-históricas, com idade de 3.000 a 5.000 anos. Encanta a todos que o visita.
Almoçamos no Restaurante “Chapados”, especialmente recomendado pela Dra. Juíza Tatiana Sokolovisk.
Comidas típicas regionais com boa qualidade e grande quantidade por um preço bem acessível.
Durante todo o trajeto da viagem tivemos uma variedade de vinhos tintos, espumantes, queijos e frios que deixaram os tribunos, cantores, magos e cômicos, inteiramente a vontade diante do microfone.
Daí, nos dirigimos à Barragem Santa Cruz, que possui uma altura de 57 metros e um volume de acumulação de 600 milhões de metros cúbicos de água.
Seguimos para Mossoró, cuja história é marcada pelo pioneirismo: libertação dos escravos em 1883, cinco anos antes da Lei Áurea, inscrição da primeira eleitora na América do Sul, Professora Celina Guimarães Viana e resistência ao bando do cangaceiro Lampião, fatos ocorridos em 1997.
Pernoitamos no Thermas Hotel e Restaurante de Barbosinha. As onze piscinas com suas águas termais, fonte da juventude, que com sua pureza traz de volta aos cabelos a beleza da cor da idade, alternam com a predominância do verde de sua rica flora nos duzentos mil metros quadrados existentes.
Antes de retornarmos à Natal, atendendo ao convite de Jussara, almoçamos na antiga e bela residência de sua genitora, Sra. Odete Rosado, viúva do saudoso industrial Dix-Neuf Rosado, localizada à Praça Bento Praxedes nº 98, no centro da cidade de Mossoró.
A mansão foi adquirida em 13 de junho de 1945, de Miguel Faustino do Monte e sua mulher, Dona Elita Souto do Monte, então residentes e domiciliados na cidade do Rio de Janeiro, capital federal, na época. O estilo arquitetônico é característico do final do século XIX e início do século XX.
Sua fachada, com seus limites superiores destinados a cobertura, possui coroamentos em molduras com ornamentos em relevo, as cismalhas. No jardim frontal, preservado até hoje, localiza-se um chafariz.
Entre os diversos fatos importantes, relacionados com o casarão, um diz respeito a visita que o extinto Presidente Getúlio Vargas fez à Mossoró, como Chefe do Governo Provisório, em 13 de setembro de 1933, oportunidade em que se hospedou nessa casa.
Depois desse fato, passou a ser conhecido como o “Catete”, numa réplica do nome oficial do Palácio, sede do Governo Federal.
Com a sensibilidade que o caracterizava, o Sr. Dix-Neuf, fez aposição de uma placa na porta de entrada contendo uma inscrição desse acontecimento histórico que tanto orgulha o povo mossoroense.
Dona Odete e seus filhos Noguehi/Neide, Tasso/Elizenir, Gracinha/Iog, Fafá/Leonardo, Aruza, Alexander e Gustavo, elegantemente postados à porta principal recebiam o grupo desejando boas-vindas.
Sempre com muito zelo e carinho Dona Odete mostrava e realçava a todos e cada um a Galeria de fotografias da família e dos amigos, bem como o Santuário de grande valor estimativo.
Tivemos inicialmente uma degustação de bons uísques, coquetéis, sucos, água de coco, cerveja e diversos tira-gostos.
Durante o almoço, pratos maravilhosos de peixe, frutos do mar, carnes, aves e excelentes vinhos. Os funcionários da casa sempre solícitos nos atendiam com prestimosidade. As conversas em torno da mesa tornaram nossa refeição mais saborosa e após as sobremesas, cafés e licores, tivemos os discursos de praxe.
Caio Regalado com seu acerto e beleza de inflexões a sensibilidade retratou a época em que residia na cidade de Mossoró e sua amizade com a família Rosado. Agradeceu em nome do grupo as gentilezas e fidalguias dispensadas.
José Marlúcio, em nome dos anfitriões, com sua voz suave e rica de ideias relembrou o início de sua conjugal com Jussara, o carinho e a estima dos familiares para com ele. Suas palavras emocionadas tocaram fundo o coração de toda a família e dos presentes.
A recepção proporcionada foi um dos melhores momentos de nossa viagem. Retornamos à Natal, alegres e vigorados para o embate da semana seguinte.
Deus é tudo e em todo lugar. A coisa mais divina no homem é sua admiração pela visão da visa, sua tonalidade, sua singularidade.
Tenho certeza que todos tiveram esta visão. Que Deus nos dê saúde para vivermos dias alegres como os que constituíram nossa viagem. E que outras aconteçam.
Lenilson Carvalho – Dentista e escritor