Um incêndio atingiu o Prédio 1 do Hospital Federal de Bonsucesso, na Zona Norte do Rio, por volta das 9h40 desta terça-feira (27). Segundo o Corpo de Bombeiros, as chamas foram controladas às 11h30, e equipes trabalhavam no rescaldo. Por volta das 12h20, ainda saía fumaça das instalações.
Porta-voz da corporação, Lauro Botto afirmou que nenhum paciente foi ferido nas chamas ou teve intoxicação, mas destacou que o Prédio 1 “estava todo comprometido com chamas e fumaça”.
A TV Globo apurou que a prioridade dos bombeiros era resfriar a ala, a fim de evitar que cilindros de oxigênio explodissem, e impedir que as chamas se alastrassem para outras áreas.
O Hospital Federal de Bonsucesso, às margens da Avenida Brasil, é a maior unidade de saúde do RJ em volume de atendimentos.
Cerca de duas mil pessoas circulam pelas alas todos os dias, segundo a assessoria de imprensa.
Desde o ano passado, houve ao menos um incêndio de grandes proporções e outros três princípios de incêndio em hospitais do Rio, além do caso desta terça-feira
Cerca de 200 pacientes foram transferidos para áreas do próprio complexo — parte aguardava atendimento sob uma árvore do pátio interno.
Alguns internados estavam no meio de tratamento quando tiveram de sair, outros estavam entubados, e havia quem estava com Covid-19.
Como a fumaça se alastrou, a direção optou por esvaziar também parte do Prédio 2, onde estavam internos da UTI neonatal e da Maternidade.
Alguns pacientes foram levados de maca ou em colchões para a Rio Paiva Pneus, que fica ao lado do complexo.
Cerca de 30 internados foram transferidos para outras unidades da rede pública do Rio, como o Souza Aguiar, no Centro, o Evandro Freire, na Ilha do Governador.
Incêndio começou no subsolo
O fogo começou no subsolo do Prédio 1 por volta das 9h45 e se alastrou pelo almoxarifado, onde fraldas eram guardadas. Nesse edifício ficam ainda enfermarias e salas de raio-X.
A brigada de incêndio do hospital chegou à enfermaria assim que as chamas começaram, dois andares abaixo, e providenciaram a remoção.
Não se sabia, até a última atualização desta reportagem, a causa do incêndio.
Bombeiros de cinco quartéis – Fundão, Ilha do Governador, São Cristóvão, Penha e Central – foram mobilizados.
Às 11h15, um helicóptero do Corpo de Bombeiros pousou na Avenida Brasil.
Transplantados removidos
Uma médica que preferiu não se identificar contou que alguns pacientes que passaram por transplantes na noite de segunda-feira (26) precisaram ser retirados às pressas.
“Foi descendo todo mundo, segurando os pacientes no colo. A fumaça foi começando a ficar muito preta. Eu não consegui mais entrar no prédio. Eu não sei se ficou paciente lá dentro”, disse.
Complexo tem seis alas
O Hospital Federal de Bonsucesso é composto por seis alas.
- Prédio 1 (onde começou o fogo): Emergência, internações e exames de imagem.
- Prédio 2: Centro de atenção à mulher, à criança e ao adolescente
- Prédio 3: Oncologia clínica e perícia médica
- Prédio 4: Administração
- Prédio 5: Laboratório, centro de estudos e residência médica
- Prédio 6: Ambulatório
Incêndio em hospital em 2019 matou 25 pacientes
Em setembro de 2019, um incêndio atingiu o Hospital Badim, no Maracanã, Zona Norte do Rio, e causou a morte de 25 pacientes. Nenhuma morte se deu por queimadura, a maioria ocorreu por inalação de fumaça e por complicações devido ao desligamento de aparelhos após a falta de energia no prédio.
Em novembro do ano passado, houve um princípio de incêndio no Hospital Balbino, em Olaria, também na Zona Norte. O fogo teria começado no sétimo andar do hospital, em uma sala administrativa onde não havia pacientes, e foi rapidamente controlado.
Este ano, por duas vezes pacientes levaram um susto no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste. Na madrugada de 1º de outubro, um curto-circuito no quadro de disjuntores causou um princípio de incêndio, que foi controlado pelos funcionários da unidade, antes mesmo da chegada dos bombeiros.
No dia seguinte, novamente muita fumaça e cheiro forte de queimado levaram à evacuação da emergência da unidade. No segundo dia, no entanto, a Secretaria Municipal de Saúde negou o princípio de incêndio e informou que todo o quadro elétrico da unidade foi revisado.
Fonte: G1