José Maria Barreto de Figueiredo
Hoje, procurei me consultar em alguma coisa. Pensei, pensei muito, então procurei ler um livro; “O longe é um lugar que não existe”. Um livro até certo ponto água com açúcar, o suficiente para não despertar a minha distonia, ultimamente tão constante. Entretanto, por mais que eu tente afastar de mim as lembranças daquela trágica noite de 12 de julho, ela sempre volta, principalmente quando se aproxima a data fatídica. E o pior, é que a dor cada vez mais se apresenta mais viril.
Já se vão lá centenas e centenas de dias que eu não mais a vi, tantos dias sem sentir as suas caricias ternas, tantos dias sem ouvir as suas orações, Tantos dias sem comer o galeto assado, a farinha de ovo e a coalhada gelada preparada na panelinha de barro, especialmente para mim.
Ah! Quanta falta… E como é grande essa falta que hoje sinto do seu sorriso singelo e carinhoso. E o que mais dói, a certeza de que nunca mais vou tê-lo, nunca mais vou vê-lo, nunca mais vou senti-lo.
Eu estou só, eu sou um ser só, subtraído no que tinha de mais puro: o Amor Materno. Por que Deus, aonde quer que Ele esteja, tirou de mim a única pessoa que me ajudava a acreditar na existência do infinito? Por que tirou do meu convívio quem eu mais precisava que estivesse presente?
Então eu me fecho em mim mesmo e continuo com minhas indagações. Infelizmente, sem encontrar as respostas.
José Maria Barreto de Figueiredo – Economista e Chanceler da UNIFACEX