Ao longo de 10 anos, entre 2005 e 2015, a indústria potiguar reduziu em 7,7% a sua participação nos indicadores do PIB (o Produto Interno Bruto) do Rio Grande do Norte. Os dados são da Confederação Nacional da Indústria. Com R$ 51,2 bilhões, ficou com o 10º menor PIB do país. As estimativas, porém, são de que o resultado tenha piorado ao longo dos últimos dois anos. Isso porque, ainda de acordo com a CNI, a construção civil encabeçava os principais setores da indústria potiguar, sendo responsável por 37,1% de participação. O setor, porém, passa por uma grave crise, segundo a vice-presidente do Sindicato da Construção Civil, Larissa Dantas Gentile.
“A gente passou por dois anos de crise e, em 2018, a indústria continua parada, não tem notícia de novos investimentos”, ressalta. A perspectiva, de acordo com ela, é que haja alguma reação a partir do segundo semestre. Mas isso também depende do cenário político e de resultados de discussões nacionais, como a reforma da previdência, que ela defende. “Foram dois anos de muitas demissões e, para retomar os empregos, precisamos primeiro que sejam retomados investimentos”, argumenta.
Ainda de acordo com a CNI, entre 2007 e 2015 o setor que mais cresceu dentro da indústria potiguar foi o de derivados de petróleo – aumento de 10,6%. Porém o setor de produção também passou por uma crise ao longo dos últimos dois anos.
“A indústria vem declinando ao longo dos últimos anos por diversos fatores”, diz o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte, Amaro Sales. Para ele, o país passa por uma desindustrialização por causa da alta carga tributária e pelas incertezas políticas. “Apesar de ter uma participação muito pequena nacionalmente, a indústria local sofre das mesmas mazelas”, acrescenta. A expectativa dele, porém, é que o setor possa ter uma melhora ao longo do ano, diante da queda dos juros, o que facilita a aquisição de crédito pelos investidores.
As empresas médias, com um quadro entre 50 e 249 empregados, são 3,9% e empregam 22,6% dos trabalhadores da indústria potiguar. As grandes empresas, com 250 empregados ou mais são apenas 0,8%, mas são responsáveis por 35,8% dos empregos.
Fonte:G1