INQUIETUDE –
Silêncio da noite, adiantado das horas, praia do litoral sul, som do mar fustigado levemente pelo vento, maré enchendo, ondas moderadas. Numa rua qualquer, ao longe,escuto o latido de um cachorro.
A noite tem um andar mais lento na beira mar, com um tempo de calmaria e menos avexamento. Acho que é para contrapor o dia que passa rápido,quando a gente vê, ele já tá indo em busca da noite e do seu aconchego, doido para descansar em seus braços; seja por amor – é um eterno apaixonado- ou por cansaço,posto que o sol foi escaldante nessas paragens abaixo do Equador.
De repente vem um cheiro de peixe amuquecado, imagino que seja da casa de algum nativo, notadamente pescador, povo versado na arte de cozinhar peixes, no coco e com todos os temperos que a iguaria merece.
O dia hoje foi intenso, um sol de rachar e com a água do mar amornada, convidativa para um banho relaxante e dos deuses.
A nota triste e destoante é a poluição ambiental,seja nas dunas ou no mar,onde o lixo salta aos olhos causando uma repulsa e uma tristeza imensa.
Hoje pela manhã, na enseada de Camurupim, recolhi um um saco de lixo,principalmente plásticos,num curto espaço de tempo,ou seja: uma quantidade imensa de lixo recolhido em um espaço pequeno. Isso nos diz da intensidade dessa poluição. Além desse lixo ser descartado por banhistas,ainda temos o lixo que vêm do mar, lixo esse que muitas vezes é descartado pelos próprios pescadores que parecem não ter noção do mal que fazem à natureza e consequentemente a si mesmos.
Ou o governo adota Educação Ambiental nas escolas,para educar e conscientizar nossas crianças,ou num futuro breve,não mais teremos dunas e praias para apreciarmos : Deus é natureza pura; portanto devemos preservar-la sob pena de sermos extintos,junto com a fauna e a flora.
Enquanto isso segue a noite, calma, com o seu barulho do silêncio.
Enfim!