INSEGURANÇA OU INJUSTIÇA?
A situação atual quanto ao estado caótico da segurança pública nas principais cidades do Brasil tem uma conclusão obrigatória para todos os futuros candidatos: É preciso encontrar uma saída para esse quadro.
Algumas autoridades têm usado o termo “sensação de segurança” como sendo o objetivo a ser alcançado. Ledo engano.
A prestação do serviço de segurança pública por parte do estado exige que 03 verbos sejam usados: Prevenir; Reprimir; e Investigar.
Somente efetivando as ações decorrentes desses três vetores de ação é que podemos definir que há segurança para a sociedade.
Sendo mais abrangente ainda podemos afirmar que nosso Brasil não enfrenta uma crise na segurança pública. O que temos na verdade é uma crise na prestação da Justiça nunca dantes identificada.
A demora na solução dos processos criminais e a enorme quantidade de crimes que ficam sem a necessária abertura de inquéritos é maior do que 90%. Que sociedade resiste a números tão absurdos assim?
O próximo Presidente da República precisará usar toda a capacidade de gestão para demonstrar aos demais Poderes que muito precisará ser mudado para a reversão completa desse quadro caótico.
A sociedade brasileira não tem mais como conviver com essa demanda reprimida. E a solução não tem como ser cobrada sempre como sendo responsabilidade do segmento policial ou da segurança pública.
Dar o pontapé inicial mudando a forma de prestar os serviços básicos de educação será um bom começo.
Implantando um sistema educacional o mais abrangente possível com Escolas em “Tempo Integral” e, oferecendo aos professores a responsabilidade do real papel indutor da busca do conhecimento.
A volta do que chamamos de Ordem precisa ser o mais rápido possível. Basta de tantas violações e agressões aos direitos básicos do cidadão de bem: queremos o respeito do direito à vida; queremos manter o direito de propriedade sobre os bens móveis e imóveis que conquistamos; e que tenhamos o direito de ir e vir liberado independente do que têm feito esses baderneiros chamados de movimentos sociais ao interromperem estradas e vias de circulação em todo o País.
Por um momento temos que refletir se existe verdadeiramente ordem no Brasil. Os Poderes atuam de forma independente? O comprometimento entre os integrantes não induz que assim estejam.
As Instituições destinadas à segurança e defesa não atuam de forma integrada, por não termos planejamentos de Estado. O que temos presenciado são tentativas de planos de governo que atendem a interesses eleitorais.
As Forças Armadas têm sido instadas a atuar na segurança pública sem os instrumentos legais para que as ações possam traduzir na completa eliminação das ameaças. Não devem as FFAA serem empregados para apenas “cercar as comunidades”. O investimento casa a casa e rua a rua precisa ser feito para que a “limpeza” da área seja efetuada. Essa ação deve ser de natureza eventual e episódica, e coberta pelos demais procedimentos legais da intervenção que a justiça sabe serem necessários.
Quanto ao termo Progresso, o que presenciamos no momento é uma maquiagem clássica da forma de calcular a inflação, com aumentos de preços, mais um engodo sobre os números, bem como a manutenção de elevados índices de desempregados. É a crise política, negada peremptoriamente pelos atuais detentores de cargos eletivos, que tem sido culpada pela situação. Talvez por ser fruto de uma política assistencialista, teóricos afirmam que a população “ganha mais dinheiro e por isso vive melhor”. Estamos criando mentes que se acostumaram a receber sem trabalhar e isto não é positivo “nem aqui nem na China”.
O comprometimento de autoridade máxima em escândalos a torna incompatível para a posição que ocupa. A dicotomia entre o ilegal e o imoral e seus antônimos tem que se fazer valer.
Nos encontramos divididos literalmente entre o bem e o mal, entre mortadelas e coxinhas, entre bandidos e cidadãos, e o pior, alguns apoiando bandidos pelo simples fato de que “ele rouba mas faz”. Até quando essa falta de consciência vai perdurar?
Afinal de contas, a democracia ainda é um dos menos ruins sistemas de governar inventado no mundo, mas precisa que haja Justiça para garantir os direitos de cidadania.
E, esse termo “democracia” é a palavra mais ouvida em nosso Brasil dilapidado dos dias atuais, pena que prostituída.
Brasil acima de tudo! Deus acima de todos!
Eliéser Girão Monteiro Filho – Ex-secretario de Segurança do RN