As aulas nas redes pública e privada no Rio Grande do Norte foram suspensas até o dia 06 de julho seguindo as recomendações do Comitê Governamental de Gestão da Emergência em Saúde Pública. Uma medida de enfrentamento ao novo Coronavírus (Covid-19) que atende ao Decreto Estadual n° 29.725 e abrange os ensinos infantil, fundamental, médio, superior, técnico e profissionalizante. No momento as escolas se adaptam para mediar situações de aprendizagens, de forma remota e aguardam que os sistemas de ensino construam respostas para o seguinte questionamento: como preparar as escolas para o retorno das atividades presenciais?
Para a Diretora Executiva do Ide, Instituto de Desenvolvimento da Educação, a Professora Cláudia Santa Rosa, existem muitos pontos em debate que precisam ser levados em consideração. “As instituições da rede pública precisam ser ágeis, especialmente pela conhecida burocracia para viabilizar as iniciativas. Esperamos que as escolas estejam preparadas de tal forma que os riscos de contaminação sejam minimizados e o projeto pedagógico atenue o atraso nas aprendizagens dos estudantes, especialmente os que ficaram meses sem nenhuma orientação de estudos de forma remota”, destaca a educadora.
As medidas serão encaminhadas para a Secretaria Estadual de Educação, Undime – União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação -, Ministério Público, Comissões de educação da Assembleia Legislativa e da Câmara de Vereadores de Natal e também para o Conselho Estadual de Educação.
Pontos destacados pela Diretora Executiva do IDE:
1. Elaboração de um protocolo de prevenção a ser adotado pelas escolas e capacitação das equipes para executá-lo;
2. Preparação de uma estratégia de marketing para ser usada em campanha publicitária educativa a ser veiculada em rádio e televisão, inclusive comerciais, e nas redes sociais dos órgãos oficiais. O conteúdo precisa ser direcionado aos estudantes, abordando o retorno às escolas – à época que for ocorrer – e o protocolo de prevenção;
3. Revisão das condições de ventilação e sanitárias dos prédios escolares, favorecendo o acesso às pias com água corrente e sabão. Aproveitar o tempo de atividades suspensas para realizar serviços de manutenção e obras de reforma naquelas mais carenciadas;
4. Garantia de máscaras e protetores faciais para os estudantes e profissionais e a desinfecção periódica dos prédios escolares;
5. Restrição do uso de bebedouros, permitindo apenas para reabastecer garrafinhas individuais.
6. Diminuição de aglomerações, adotando horários de intervalos diferenciados, por turmas, e saída controlada, ao término das aulas;
7.Preparação de instrumentos que subsidiem na avaliação diagnóstica dos estudantes, tendo em vista a elaboração de roteiros de estudos que considerem as necessidades de aprendizagens individuais;
8. Composição de uma programação letiva, contemplando atividades presenciais e atividades orientadas para serem realizadas em casa, por ser apropriado que no primeiro mês cada turma seja subdividida em dois grupos, e os grupos orientados para que estejam presentes à escola em dias alternados, evitando aglomerações;
9. Coordenação de esforços dos órgãos competentes para normatizarem uma modelagem que valide o cumprimento de um currículo essencial para o ano letivo referente a 2020. Esse currículo a ser composto por até 24 objetivos/conteúdos para cada área de conhecimento, trabalhados de forma consistente e articulada, de preferência por meio de projetos, num período de seis meses, ainda que as atividades se estendam até o primeiro trimestre de 2021. Transcorrido o período de férias, pelo mês de abril, iniciar o ano letivo de 2021 com até 30 objetivos/conteúdos do currículo essencial, por área de conhecimento, para serem trabalhados ao longo de oito meses, encerrando em dezembro;
10. A atenção será necessária para atender os estudantes que sofrem de comorbidades graves ou mesmo parentes próximos e que terão que continuar realizando estudos de forma remota, inclusive avaliações, até que os riscos sejam afastados.
A Professora Cláudia Santa Rosa também enfatizou que não são todas as redes de ensino que, neste momento, aumentaram despesas para garantir ensino remoto – on line – , oferta de alimentação em casa ou outro tipo de investimento relevante com a educação, em consequência da pandemia.
“Existem redes que pouco ou nada fizeram além de publicar portarias e promover algumas reuniões remotas. Não precisa aprofundar a análise para concluir: Existem redes de ensino até economizando com o custeio das escolas e dos órgãos intermediários e central, com ações que envolveriam reuniões ampliadas, seminários, competições desportivas e eventos cívico-culturais, além de programas e projetos que foram interrompidos, alguns sem perspectivas de retomada antes de um ano, justamente por envolverem aglomerações de pessoas”, afirma a educadora.