O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação oficial do país, ficou em 0,99% em fevereiro, após ter registrado taxa de 0,58% em janeiro, segundo divulgou nesta quarta-feira (23) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a maior taxa para um mês de fevereiro desde 2016, quando ficou em 1,42%, segundo o instituto.

Em 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 10,76%, acima dos 10,20% dos 12 meses anteriores, e a maior desde fevereiro de 2016. No acumulado do ano, a alta é de 1,58%.

Educação puxou alta da inflação

Segundo o IBGE, a maior influência de alta – e a maior taxa entre os grupos pesquisados – veio de educação. A inflação do segmento ficou em 5,64% na prévia do mês, sendo responsável por 0,32 ponto percentual do IPCA-15 de fevereiro.

Dentro do grupo, as maiores variações vieram de:

  • ensino fundamental: 8,03%
  • pré-escola: 7,55%
  • ensino médio: 7,46%
  • creche: 6,47%
  • ensino superior: 5,90%
  • curso técnico: 4,40%
  • pós-graduação: 2,93%

Alimentos continuam em alta

Na passagem de janeiro para fevereiro, a alta dos preços dos alimentos voltou a acelerar, passando de 0,97% para 1,20%. As maiores altas vieram de alguns tubérculos, raízes e legumes, como a cenoura (49,31%) e a batata-inglesa (20,15%).

O café moído, com alta de 2,71%, as frutas (+1,75%) e as carnes (-1,11%) seguiram pesando no bolso dos consumidores.

Combustíveis seguem fora do posto de ‘vilão’

No grupo transportes, onde a alta foi de 0,87% em fevereiro, os combustíveis mostraram estabilidade em fevereiro. Apesar da alta de 3,78% no diesel, a gasolina subiu bem menos (0,15%), enquanto as quedas do etanol (-1,98%) e do gás veicular (-0,36%) contiveram o indicador.

Os destaques de alta no mês vieram de veículos próprios (2,01%): automóveis novos (2,64%), motocicletas (2,19%) e automóveis usados (2,10%).

Projeção para o ano

Analistas têm avaliado que a inflação tende a permanecer acima dos 10% por mais alguns meses ainda. Apesar da queda do dólar nas últimas semanas, os preços mais altos das commodities, sobretudo do petróleo, pressionam para um quadro inflacionário ainda pouco confortável.

Em 2021, a inflação oficial foi de 10,06%, sendo a maior alta desde 2015.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, avaliou recentemente que o pico de inflação deve ser atingido em abril e maio, com uma posterior queda “um pouco mais rápida”.

O objetivo foi fixado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-lo, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia, que está atualmente em 10,75% ao ano. A projeção dos analistas é de Selic em 12,25% ao ano ao fim 2022.

Para 2023, o mercado financeiro mantém em 3,50% a estimativa de inflação. Para o próximo ano, a meta de inflação foi fixada 3,25%, e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.

Fonte: G1

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