Cobrança do IPTU 2025 na cidade de São Paulo — Foto: J.SOUZA/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Cobrança do IPTU 2025 na cidade de São Paulo — Foto: J.SOUZA/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Com o prazo para o pagamento da primeira parcela ou da parcela única do IPTU de 2025 se aproximando, uma dúvida comum é se vale mais a pena pagar à vista ou parcelar.

Cada cidade tem suas próprias regras para a cobrança do IPTU, incluindo prazos, descontos e a possibilidade de incidência de juros. No entanto, alguns pontos básicos podem ajudar os contribuintes a analisar melhor suas opções.

Segundo Thiago Godoy, educador financeiro e criador do canal “Papai Financeiro”, a decisão sobre a forma de pagamento deve considerar alguns aspectos:

  • Se há cobrança de juros (e qual a taxa) para pagamento parcelado;
  • valor do desconto oferecido no pagamento à vista;
  • dinheiro disponível e outras contas a pagar.

Valor de desconto e juros

O primeiro ponto é a incidência de juros sobre o pagamento parcelado. Se a cidade cobra taxas sobre as parcelas do IPTU, é importante analisar o percentual dos juros, calcular o valor final das parcelas e do imposto. Saber quanto será o valor final do IPTU é essencial para que o contribuinte possa se planejar.

Nos casos em que a prefeitura não cobra juros para o parcelamento, é comum haver um desconto para quem optar pelo pagamento à vista. Esse desconto varia de cidade para cidade, e pode depender da data de pagamento do imposto.

‼️ As datas e descontos estão no informe de calendário do IPTU na página da prefeitura da sua cidade.

Godoy destaca que uma das principais vantagens do pagamento à vista é emocional.

“Você quita a dívida de uma vez, não precisa se preocupar com pagamentos futuros ou correr o risco de esquecer as parcelas”, diz.

 

No entanto, para quem quer uma vantagem financeira além da emocional, vale analisar se o desconto oferecido pela prefeitura é maior do que o rendimento que seria obtido ao investir o valor do IPTU pelo mesmo prazo de parcelamento sem juros.

Mas quem busca uma vantagem financeira precisa analisar se o desconto oferecido pela prefeitura é maior do que o rendimento que seria obtido ao investir o valor do IPTU pelo mesmo prazo de parcelamento sem juros.

Veja abaixo uma simulação:

  • O valor do IPTU é de R$ 1 mil e pode ser pago em até 10 parcelas;
  • O desconto para pagamento à vista é de 5%;
  • Assim, o valor final cai para R$ 950 — ou R$ 50 de desconto.

 

Porém, se o mesmo valor fosse aplicado em um investimento da renda fixa, como um Certificado de Depósito Bancário (CDB) — acessível para os clientes da maioria das instituições financeiras — o resultado pode ser diferente.

Se o mesmo valor fosse aplicado em um investimento de renda fixa, é preciso checar se a rentabilidade total do investimento será menor ou maior que o desconto.

Em uma conta muito simplificada: um Certificado de Depósito Bancário (CDB), com rendimento de 100% CDI, por exemplo, renderia 8,59% em 10 meses, período do parcelamento do IPTU. A conta já desconta o Imposto de Renda.

Com essa rentabilidade, o retorno seria de R$ 1.085,88 — quase R$ 86. Um desconto de 5% do pagamento à vista, portanto, não é vantagem para o munícipe que puder investir o valor do IPTU por 10 meses.

Situação financeira

Além da análise financeira e emocional na hora de escolher como pagar o IPTU, é importante entender a situação financeira atual, considerando o dinheiro disponível no mês do pagamento e outras contas a pagar no mesmo período.

Thiago Godoy destaca que o começo do ano também é marcado por outros gastos, como IPVA, materiais escolares, uniformes e eventuais reajustes. Portanto, mesmo que a pessoa tenha o valor para pagar à vista, é necessário avaliar se esse pagamento de uma só vez pode prejudicar outras contas.

Se a quantia não for suficiente para pagar o IPTU à vista e todas as outras contas do mês, então a opção pelo parcelamento do IPTU é melhor.

O educador financeiro orienta que o contribuinte não faça um empréstimo ou qualquer outra dívida extra para pagar o imposto à vista, pois os juros da dívida podem ser mais caros do que parcelar o IPTU.

Por fim, para quem optar pelo pagamento parcelado, Godoy destaca a importância de prestar atenção aos vencimentos mensais das parcelas, para não correr o risco de atrasar o pagamento e incorrer em juros por atraso.

O cadastramento das parcelas do IPTU no débito automático do banco pode ser uma boa opção nesses casos.

Fonte: G1

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