O Parlamento israelense aprovou, nesta quarta-feira (30), uma lei que limita as manifestações durante o reconfinamento decretado no país, devido à pandemia da Covid-19 – uma regra que, segundo seus críticos, tem como objetivo silenciar os protestos contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Aprovada por 46 votos a favor e 38 contra, a lei faz parte de uma série de regulamentos a serem aprovados no país para apertar as restrições impostas para conter a pandemia.
De acordo com esta nova disposição, o governo terá autorização para declarar “estado de emergência especial, devido à nova pandemia do coronavírus”, durante períodos renováveis de uma semana.
Neste período, deslocamentos de casa de mais de um quilômetro estarão restritos à compra de alimentos e de remédios, ou para receber atenção médica. Ir às ruas para fazer manifestações está, portanto, proibido.
Meir Cohen, do partido de oposição Yesh Atid-Telem, classificou essa medida que limitará os protestos como uma “ladeira escorregadia”.
Yair Golan, do partido de esquerda Meretz, advertiu que essa lei não vai impedir as manifestações.
Netanyahu tem sido alvo de um grande movimento de protesto há meses, que critica sua forma de lidar com a crise econômica e de saúde da pandemia.
Seu governo se vangloriou das decisões tomadas na primeira onda e rapidamente suspendeu as restrições para relançar a economia.
O país de nove milhões de habitantes viu, então, as infecções dispararem nas últimas semanas e impôs um novo confinamento em 18 de setembro.
Até o momento, o país registra 237 mil infecções, das quais 1.528 morreram. Pelo menos até 11 de outubro, sinagogas e locais de entretenimento serão fechados e apenas os setores de mão de obra considerados essenciais podem continuar funcionando, segundo o governo, que também restringiu voos internacionais.
Fonte: G1