Forças de segurança israelenses retiram detectores de metal no acesso ao Nobre Santuário, região sagrada para judeus e muçulmanos, nesta terça-feira (25)  (Foto: Ammar Awad/ Reuters)

O governo de Israel removeu detectores de metais que estavam nos acessos à Esplanada das Mesquitas, na Cidade Velha de Jerusalém, mas as autoridades muçulmanas mantiveram o boicote. O maior controle no acesso, que provocou revolta entre os muçulmanos, começou após um ataque que terminou com policiais isralenses mortos.

Ontem (24), o gabinete ministerial do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, votou a favor de substituir os detectores de metal por meios de segurança menos obstrutivos.

“Não haverá ingressos na mesquita Al-Aqsa na Esplanada até que um comitê técnico do Waqf [entidade que administra os bens muçulmanos em Jerusalém Oriental] avalie a situação e que a situação volte ao que era antes de 14 de julho”, afirma a nota, segundo a France Presse.

O comunicado faz referência ao dia de um ataque contra dois policiais israelenses que levou Tel Aviv a instalar novos dispositivos de segurança no acesso ao conjunto Nobre Santuário – Monte do Templo (como é chamado pelos israelenses) é o terceiro local mais sagrado para o islã depois de Meca e Medina, na Arábia Saudita.

Após as restrições, os palestinos estavam rezando do lado de fora do local. A tensão aumentou ainda mais depois que a polícia passou a barrar a entrada de homens de origem palestina com menos de 50 anos. Houve confronto e ao menos três palestinos morreram e 50 pessoas ficaram feridas.

O enviado da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Oriente Médio, Nickolay Mladenov, alertou nesta segunda que era necessária uma solução até sexta-feira (quando acontece a tradicional oração muçulmana) para a crise na mesquita de Al-Aqsa, que ele disse representar um risco de “custos catastróficos bem além dos muros da Cidade Velha”.

Esta área, onde estão o Domo de Rocha e a mesquita Al-Aqsa, é fonte de conflitos religiosos entre israelenses e palestinos. Desde que Israel anexou a Cidade Velha, incluindo essa região, na guerra do Oriente Médio em 1967, o local também se tornou um símbolo do nacionalismo palestino. Atualmente, a Jordânia é a responsável pela administração da Esplanada das Mesquitas.

Nesta terça-feira, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, pediu aos muçulmanos do mundo inteiro que “visitem” e “protejam” Jerusalém, na esteira da escalada de violência ligada à instalação – por parte de Israel – de detectores de metal nas entradas da Esplanada das Mesquitas.

“Gostaria de lançar um apelo a todos os meus concidadãos e aos muçulmanos do mundo inteiro: que todos aqueles que tiverem os meios (…) façam uma visita a Jerusalém, à mesquita de Al-Aqsa. Venham todos juntos proteger Jerusalém”, declarou Erdogan.

“Sob pretexto de lutar contra o terrorismo, trata-se de uma tentativa de roubar a mesquita Al-Aqsa dos muçulmanos”, disse o presidente turco em um discurso aos deputados de seu partido, o islamita-conservador AKP.

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