A cantora e atriz franco-britânica Jane Birkin foi encontrada morta aos 76 anos em Paris, informou o Ministério da Cultura da França neste domingo (16). O órgão disse que o país perdeu um “ícone francófono atemporal”.
A artista, que foi parceira musical e romântica do cantor francês Serge Gainsbourg (1928-1991), teve um leve derrame em 2021, após sofrer problemas cardíacos em anos anteriores. Por causa dos problemas de saúde, ela foi obrigada a cancelar vários shows.
Fora da França, Birkin ficou conhecida principalmente pela canção de 1969 “Je t’aime… moi non plus”, que ela canta ao lado de Gainsbourg. Por causa de seu conteúdo sexualmente explícito, a música foi banida nas rádios de vários países e condenada pelo Vaticano, mas acabou virando um sucesso mundial.
Birkin e Gainsbourg se conheceram em 1968, ao contracenarem no filme “Slogan” (1969). Foi o início de um relacionamento de 13 anos que os tornou o casal mais famoso da França, tanto por seu estilo de vida boêmio e hedonista quanto por seu trabalho.
“Ele e eu nos tornamos o mais famoso dos casais, daquela forma estranha, por causa de ‘Je t’aime’ e porque ficamos juntos por 13 anos e ele continuou sendo meu amigo até o dia em que morreu. Quem poderia pedir por mais?”, Birkin disse à CNN em 2006.
Birkin nasceu em Londres em 1946. Sua estreia no cinema foi em 1966, com uma cena de nudez frontal completa no clássico dos anos 60 “Blow-up – Depois daquele beijo”, de Michelangelo Antonioni.
Depois de conhecer Gainsbourg, mudou-se para Paris permanentemente. Os dois tiveram uma filha, Charlotte Gainsbourg, que se tornou cantora e atriz de filmes como “Melancolia” (2011) e “Ninfomaníaca” (2013).
Com o primeiro marido, John Barry, Birkin também foi mãe de Kate Barry, fotógrafa que morreu aos 46 anos em 2013, ao cair do quarto andar do prédio onde morava, em Paris. Sua terceira filha, a cantora Lou Doillon, foi fruto do relacionamento de 13 anos com o diretor francês Jacques Doillon.
No cinema, a artista fez cerca de 70 filmes. Foi dirigida pelos principais diretores da França, incluindo Bertrand Tavernier, Jean-Luc Godard, Alain Resnais, James Ivory e Agnès Varda. Ao longo da carreira, ganhou três indicações ao Césars — o Oscar francês –, pelos filmes “La pirate” (1985), “A mulher de minha vida” (1987) e “A bela intrigante” (1992).
Ícone da moda nos anos 1970 e 80, Birkin deu nome a uma das bolsas mais conhecidas da grife Hermès, lançada em 1984.
Segundo o jornal britânico “The Guardian”, o modelo nasceu a partir de uma conversa entre Birkin e o presidente-executivo da Hermès, Jean-Louis Dumas, em um voo de Paris a Londres. Os dois teriam discutido como era difícil encontrar uma bolsa que pudesse atender as necessidades de Birkin, na época mãe de duas filhas.
Fonte: G1
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