O autodeclarado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, solicitou nesse domingo (27) uma visita da alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, a ex-presidente do Chile Michelle Bachelet. O líder da oposição a Nicolás Maduro, que acusa o regime chavista de promover um massacre desde terça-feira, convocou novos protestos para quarta-feira (30) e sábado (2).
Guaidó participou de uma missa em homenagem aos cerca de 30 mortos nos protestos que começaram na semana passada contra o regime Maduro.
Guaidó também pediu aos militares que não reprimam as manifestações: “Não atirem contra o povo da Venezuela”. Ele solicitou, ainda, informações sobre “quem está dando a ordem” de “assassinar”.
“Acham que, torturando nosso povo, vão nos intimidar”, disse Guaidó, que pediu uma “reunião de emergência” com ONGs, defensores dos direitos humanos e o Parlamento de maioria opositora para tratar da situação.
Neste domingo, a ONG de direitos humanos Provea denunciou a ação de um “esquadrão da morte”, com ordens para “matar” e privar da liberdade “manifestantes em sua maioria de setores populares”.
Também pelo Twitter, Guaidó convocou novas manifestações para quarta-feira e sábado para exigir o apoio das Forças Armadas e respaldar o ultimato dado pela Europa para que Maduro convoque eleições livres. O prazo dado por Espanha, França, Alemanha, Reino Unido, Holanda e Portugal termina no sábado.
“Na quarta-feira, de 12 às 2 (da tarde), em todos os cantos da Venezuela sairemos às ruas (…) exigindo das Forças Armadas que fiquem do lado do povo. E no sábado, uma grande mobilização em toda Venezuela e todo o mundo para acompanhar o respaldo da União Europeia e o ultimato”, disse Guaidó em um vídeo divulgado no Twitter.
Maduro rejeita o ultimato e pede que os países europeus retirem a ameaça. “Ninguém pode nos dar um ultimato”, disse em uma entrevista ao canal CNN Turk, exibida no domingo.
As últimas eleições presidenciais na Venezuela foram marcadas por denúncias de fraude, boicote da oposição e alta abstenção. Por isso, EUA, Canadá, a maioria dos países latino-americanos, incluindo o Brasil, e muitos países europeus classificaram as eleições como fraudulentas.
Fonte: France Presse