JUNHO –

Chegou junho e seus encantos!

As bandeirolas, o cheiro de comida de milho, o som da sanfona.

As roupas xadrez, os estalinhos nas mãos das crianças, os gritos de anarriê e alavantu.

As quadrilhas, os casamentos matutos, as mesas fartas.

As fogueiras, os trios nordestinos, o rei e a rainha do milho.

Rei do milho…

Lembro de nosso João Victor pequeno e nós como pais de primeira viagem. Participamos veementemente da competição para quem seria o Rei do Milho na escola. Ele pequenino, com seus 3 ou 4 anos. O outro garotinho também. Ele comendo milho e correndo de um lado para o outro com seu bigode pintado com lápis de maquiagem se desmanchando diante da guloseima. O outro garotinho chorando no colo do avô.

E a gente, dois pais e duas mães de seus pequenos matutos, vendendo rifa! Para ganhar um título de Rei de Milho? Sério isso? Seria mais fácil (e econômico!) se tivéssemos comprado a faixa para ele. Ou ainda melhor, se nem tivéssemos pensado nisso. Que diferença faria na sua vidinha? E na nossa?

Hoje, sempre que vemos as crianças com roupas juninas combinando com a de seus pares e os vestidos em perfeita concordância com as cores dos laços de fita, lembramos desse episódio cômico em nossa caminhada de aprendizado como pais. Ainda bem que entendemos a tempo que aquilo fazia mais sentido para nós que para ele e, enfim, paramos com as rifas e fomos curtir sua apresentação sobre a fogueira de São João.

Lindo! Ele feliz. Ele sujo de milho. Ele de bigode apagado. Ele sorrindo com a música. Ele sem faixa de rei com pipocas coladas formando o nome. A felicidade explodia em seus olhos. E isso nos ensinou que o título, mais uma vez, não traria felicidade…

 

 

 

Bárbara Seabra – Cirurgiã-dentista, Escritora e autora do Diário de uma gordinha

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