A juíza Rosângela Rodrigues Santos condenou João de Deus, de 78 anos, nessa segunda-feira (20), a mais 40 anos de prisão por crimes sexuais cometidos contra cinco mulheres. Esta sentença acolheu denúncia do Ministério Público de Goiás enviada em março do ano passado. A defesa pode recorrer ao Tribunal de Justiça de Goiás. O condenado sempre negou as acusações.
João de Deus está preso desde 16 de dezembro de 2018. O advogado de defesa, Anderson Van Gualberto, disse que ainda não foi notificado sobre esta condenação, mas que, assim que tiver acesso ao conteúdo da sentença, entrará com recurso nas instâncias cabíveis. A defesa acrescenta que o entendimento da juíza é diferente do que o Superior Tribunal de Justiça já decidiu em casos similares.
João de Deus já foi condenado três vezes, até esta segunda-feira:
- 1ª – por posse ilegal de arma de fogo, pena de 4 anos em regime semiaberto, novembro de 2019;
- 2ª – por crimes sexuais cometidos contra quatro mulheres, condenado a 19 anos em regime fechado, em dezembro de 2019;
- 3ª – por crimes sexuais cometidos contra cinco mulheres, sentenciado a 40 anos em regime fechado, janeiro de 2020.
A juíza ainda tem 10 processos em seu gabinete aguardando resposta de Judiciários de outros estados para voltar a dar andamento aos procedimentos. A magistrada explica que não há um prazo para decidir sobre esses processos porque foram enviadas cartas precatórias, as quais ainda não foram respondidas.
Processos na Justiça
Desde quando as denúncias vieram à tona, em dezembro de 2018, o MP-GO já recebeu cerca de 320 denúncias de mulheres que se dizem vítimas de João de Deus.
Ao todo, ele já foi denunciado 14 vezes pelo Ministério Público, sendo 12 por crimes sexuais. Veja a situação de cada uma:
- Dez por crimes sexuais: duas com condenações por abusos sexuais. As demais aguardam a devolução de cartas precatórias;
- Uma por crimes sexuais e falsidade ideológica: aguardando sentença;
- Uma por crimes sexuais, corrupção de testemunha e coação: está aguardando a devolução de cartas precatórias;
- Uma por posse ilegal de armas de fogo e munição em Abadiânia: João de Deus foi condenado a quatro anos no regime semiaberto e teve a prisão revogada. A esposa dele, Ana Keyla Teixeira também era ré no processo, mas foi absolvida;
- Uma por apreensão de documentos, armas de fogo e munição, em Anápolis: não teve o andamento informado pelo Tribunal de Justiça.
Fonte: G1