Promotores japoneses apresentaram nesta segunda-feira (22) uma nova denúncia contra o executivo brasileiro Carlos Ghosn, ex-presidente das montadoras Nissan e Renault. A acusação, a quarta contra o empresário desde novembro do ano passado, é sobre má gestão de fundos através de uma empresa com sede em Omã.
O empresário está preso desde o último dia 3 de abril, e o prazo desta prisão provisória terminaria nesta segunda-feira. Com essa nova denúncia, no entanto, o brasileiro pode permanecer sob custódia.
Os advogados de Ghosn entraram com um pedido de liberdade sob fiança nesta nova denúncia. Ele nega todas as acusações.
Preso pela segunda vez
Acusado de má conduta financeira, o brasileiro foi preso pela segunda vez em sua casa, em Tóquio no início do mês. Fazia menos de um mês que ele aguardava o julgamento em liberdade, sob uma série de restrições, após pagar uma fiança milionária.
O primeiro período do executivo na prisão durou 108 dias e começou em novembro passado, quando o escândalo veio à tona. O brasileiro, então considerado um “superstar” no setor automotivo e comandante da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, foi acusado de violações financeiras, quebra de confiança e de repassar dívida pessoal à Nissan.
Procuradores também disseram que Ghosn deu US$ 5 milhões de prejuízo à Nissan durante um período de 2 anos e meio, que se estendeu até julho de 2018, violando sua obrigações legais com a empresa e visando o ganho pessoal.
Segundo a agência de notícias Kyodo, o prejuízo envolve a transferência de fundos por meio da conta de uma concessionária de Omã que, na prática, pertence a Ghosn, chamada Suhail Bahwan Automobiles (SBA).
Ghosn nega irregularidades e diz que foi vítima de um complô por parte dos diretores da Nissan, que não concordavam com a intenção dele de fusão com a Renault.
A defesa dele divulgou um vídeo gravado antes da segunda prisão, em que ele reafirma ser inocente. A mulher de Ghosn, Carole, pediu ajuda da França e dos Estados Unidos para que o marido tenha um “julgamento equilibrado” e criticou o tratamento dado pelas autoridades japonesas ao brasileiro.
Fonte: G1