Steve Bannon, ex-assessor de Donald Trump, diante de corte em Washington, EUA — Foto: Elizabeth Frantz/REUTERS
Steve Bannon, ex-assessor de Donald Trump, diante de corte em Washington, EUA — Foto: Elizabeth Frantz/REUTERS

Steve Bannon, um aliado do ex-presidente Donald Trump e uma figura influente da direita americana, foi condenado nessa sexta-feira (22) por desacato ao Congresso —ele não obedeceu uma intimação da CPI que investiga o ataque do ano passado ao Capitólio dos Estados Unidos.

A Justiça considerou Bannon, de 68 anos, culpado de duas acusações de contravenção por se recusar a testemunhar ou fornecer documentos ao comitê da Câmara dos Deputados.

Cada condenação por desacato ao Congresso é punível com 30 dias a um ano de prisão, bem como uma multa de US$ 100 (R$ 550) a US$ 100 mil (R$ 550 mil). A pena ainda não foi fixada.

A CPI investiga os acontecimentos de 6 de janeiro de 2021, quando apoiadores de Trump tentaram reverter os resultados da eleição presidencial de 2020.

Quem é Bannon?

A decisão foi tomada por um júri composto por 12 pessoas que levaram menos de três horas para chegar a uma conclusão.

Essa é a primeira condenação de uma pessoa por desacato ao Congresso dos EUA desde 1974 (naquela ocasião, um dos responsáveis pelo escândalo de Watergate foi condenado).

Bannon foi um dos principais estrategistas das eleições vitoriosas de Trump em 2016. Depois disso, ele trabalhou no governo dos EUA como estrategista-chefe, até que, em 2017, ele e Trump se desentenderam.

Além de ser um estrategista de Trump, Bannon também foi um investidor em veículos de imprensa identificados com a direita dos EUA.

O que a defesa alega?

Os advogados de defesa argumentam que Bannon é um alvo político. A principal testemunha de acusação, para os defensores de Bannon, é uma pessoa que se identifica com o Partido Democrata e tem motivações políticas, além de ser ligada a um dos promotores.

A principal testemunha de acusação foi Kristin Amerling, uma das principais funcionárias do comitê que testemunhou que Bannon não respeitou os prazos para responder à intimação (feita em setembro de 2021), não tentou adiar o prazo para dar resposta e justificou de forma inválida a sua falta de respostas (ele disse que seria protegido pela confidencialidade à que os presidentes têm direito, alegando que o testemunho dele na CPI iria violar os segredos de Trump).

A promotoria respondeu que Bannon mostrou desdém pela autoridade do Congresso e precisava ser responsabilizado.

Papel de Bannon na invasão

A CPI afirma que Bannon conversou com Trump ao menos duas vezes na véspera do ataque, e que o ex-estrategista também foi a um encontro de planejamento em um hotel na cidade de Washington D.C.

No dia 5 de janeiro de 2021, Bannon disse em um podcast que “tudo vai pelos ares amanhã”.

Fonte: G1RN

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