A maior lagoa do Rio Grande do Norte foi colocada em estado de alerta pelo Instituto de Gestão das Águas (Igarn) por causa da redução do volume de água. Localizada em Nísia Floresta, na Grande Natal, a Lagoa do Bonfim está com 47% de sua capacidade de armazenamento.
A família do servidor público George Alves de Assis tem uma granja às margens da lagoa. A propriedade não pode puxar água diretamente do reservatório e recebe outorga para utilizar poços. “Frequento a lagoa desde criança e nunca tinha visto ela nessa situação”, conta.
Um relatório de vistoria da lagoa apresentado pelo Igarn ao Ministério Público em maio deste ano já alertava que o nível da lagoa estava na cota de 37 – referente ao nível do mar – que é considerada extremamente baixa.
Ainda de acordo com o órgão, existe um termo de ajustamento de conduta entre o governo do estado, Ministério Público Federal e a Companhia de Águas e Esgotos do RN (Caern) que previa a paralisação da captação de água quando a cota chegasse a 39.
A Associação Amigos da Lagoa do Bonfim denuncia a situação crítica do reservatório e instalou um outdoor com pedido de socorro.
As águas da Lagoa do Bonfim são captados pela Caern para abastecimento humano pelo sistema adutor Monsenhor Expedito há mais de 20 anos e abastecem 30 municípios e 280 comunidades rurais, principalmente do Agreste do estado. A lagoa também é usada para lazer, com granjas, fazendas, camping e clubes de caçadores.
A capacidade total da lagoa é de 84 milhões de metros cúbicos de água. Atualmente, o volume acumulado gira em torno de 40 milhões de metros cúbicos. Além da grande retirada para abastecimento humano, a suspeita é de que exista desvios de água, principalmente no percurso da lagoa.
O Igarn diz que a Lagoa do Bonfim não corre risco de secar, mas o volume é importante para manutenção de lagoas menores, como a Lagoa Azul. Segundo o instituto, o principal motivo do baixo nível são as chuvas abaixo da média neste ano.
Em nota, a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte informou que está ativando sete poços, na região de Boa Cica, o que permitirá reduzir em cerca de 40% a captação na Lagoa do Bonfim. Ainda de acordo com a empresa, também estão sendo intensificadas as fiscalizações, em parceria com o Igarn e com os municípios que recebem água da adutora.
“A Caern compreende a importância da Lagoa e por isso tem buscado alternativas para abastecer a população, já que o abastecimento humano é prioritário”, informou.
Fonte: g1RN
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