Orienta Coronavírus foi desenvolvido pelo LAIS — Foto: Divulgação

O Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS-UFRN) criou um sistema integrado que permite tirar dúvidas sobre o coronavírus, ter atendimentos online, monitorar a quarentena, ver as evoluções dos quadros clínicos e até o mapear parte da doença no estado.

Ao todo, o “Ecossistema Tecnológico de combate à Covid-19” reúne 10 sistemas que vão trabalhar integrados. Umas das plataformas mais importantes é o “Orienta coronavírus no RN”, uma tecnologia que permite que uma pessoa tire dúvidas sobre a doença e consiga até ser atendida de forma online por uma equipe de profissionais de saúde. Ela já está em fase de testes, mas será lançada oficialmente nos próximos dias.

“Pensamos em como poderíamos fazer para prestar um bom atendimento para população. Então primeiro existe um teleatendimento em que vai se interagir com um robô. Se quiser tirar uma dúvida sobre o coronavírus ou até como lavar as mãos. E aí quando acaba esse momento, ela é direcionada para um atendimento”, explicou o pesquisador Jailton Paiva, um dos responsáveis pelo projeto, que é coordenador do Núcleo de Tecnologia da Informação e Comunicação (CTIC) do LAIS.

Ao todo, tem trabalhado nesta rede cerca de 60 alunos – esse número vai subir para 300, explicou Jailton. O atendimento é feito dependendo das respostas dadas no chat inicial. A intenção da plataforma é identificar a necessidade do paciente.

Ecossistema criado pelo LAIS — Foto: Divulgação

Na plataforma do Orienta Coronavírus, a ideia é ter o “fluxo de protocolo para dar o encaminhamento adequado”, segundo Jailton Paiva. Essa é uma forma de diminuir a sobrecarga nas unidades de saúde. Mas, caso seja necessário, o sistema consegue indicar inclusive a rota para a unidade de saúde mais próxima.

Esse projeto está interligado a outros que tem sido usados pela Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap). Numa dessas plataformas, o Regula RN, a pasta consegue gerenciar os leitos de hospitais de maneira mais veloz em todo o estado.

“No Orienta Coronavírus, a gente consegue ver a evolução do caso do paciente. Quando ele for encaminhado para uma unidade de saúde, ele já vai servir ao Regula RN no gerenciamento dos leitos. E então já vai se ter as informações que o paciente tinha deixado no Orienta para se basear”, explicou.

Em outro aplicativo, o Faceponto Quarentena, é recomendado que os suspeitos de coronavírus, que tenham condições clínica de seguir em casa, façam um login no sistema, que comprovará se ele está seguindo o isolamento e ajudará a mapear os locais de casos suspeitos. “Se ele antes já estava usando o Orienta Coronavírus, já pode ter alguns alertas pro órgãos de saúde. Esse ecossistema está atuando na área de educação, saúde e vigilância epidemiológica”, falou Jailton Paiva.

“Eu consigo notificar que o paciente está em casa em isolamento. Ele não passou na rede de saúde, mas conseguimos mapear, ter uma melhor dimensão de como estão os casos suspeitos”.

Ele explica que o Orienta Saúde não funciona como qualquer outro tipo de plataforma tecnológica para possíveis registros de casos, já que ela atua diretamente com informações repassadas ao Governo do RN, que tem uma equipe para monitorar os dados. “Ela é estratégica para ajudar gestores nas políticas públicas. São vários indicadores para tomada de decisão”, falou.

Além do leitos, os sistemas fornecidos permitem ainda o gerenciamento de equipamentos e materiais das unidades de saúde.

“O maior objetivo é fazer com que o governo tenha conhecimento e dados suficientes para uma tomada de decisão de uma política pública. Que isso não aconteça sem critérios”, explicou.

Algumas plataformas foram reaproveitadas de outros projetos do LAIS, que atua há 10 anos na área de saúde. Segundo Jailton Paiva, essa será uma oportunidade ainda de deixar um legado com esse projeto. “Não vai ser apenas para esse momento. Estamos conseguindo montar uma estratégia integrada para uma doença. E isso também pode ser replicado para outros estados”, falou.

O sistema foi criado em parceria com a Diretoria de Gestão de Tecnologia da Informação do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (DIGTI/IFRN), com o Núcleo Avançado de Inovação Tecnológica do IFRN (NAVI), o Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva da UFRN (NESC), o Instituto Envelhecer da UFRN e a Secretaria Municipal de Saúde de Natal (SMS).

Fonte: G1RN

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