LAVAJATO: REAÇÃO SOCIAL INTEMPESTIVA OU RESISTÊNCIA À FALÊNCIA MORAL? –
Nunca a sociedade precisou da pronunciação de nossas instâncias do judiciário para que haja justiça antes da esteira da impunidade. A operação lava jato, que faz com que a sociedade acompanhe os seguimentos jurídicos, desde a primeira instância até o poder (dito) moderador do STF. Nunca se repetiu o surrado bordão das “barbas de molho” na questão política. Sugerem-se mais efetivos para a Polícia Federal para que estejam na disposição do Ministério da Justiça, ou agora do Ministério da Segurança. A emergência da violência generalizada faz com que a agilidade de providências, em domínios ou mandos regulados, se entrecruzem na alma do governo. De vereador a prefeito; de deputado ao presidente da República, a lei deve pairar como um fantasma, ou uma visão quimérica para alguns desses que insistam nos malfeitos.
Os desvios do Erário anunciados nos julgamentos do Supremo chegaram a patamares insuperáveis e inconcebíveis. Por outro lado, há a circunstância que pode ser danosa ao resultado positivo, definido por outro bordão, como a da chamada “mão pesada” da investigação. É o que propagam os defensores do professor Delfim Neto, que alegam terem equivocado ao o acusarem de auferir propina na questão do delineamento da implantação da usina hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira no Pará. Delfim garante que foram honorários de consultoria pela nova composição a que entraria o governo no arranjo de construtoras para o projeto. O professor disse ainda, em entrevista a Roberto d’Ávila do Globo News, que “ainda mais” não teria o que “retribuir” a qualquer ente participativo do consórcio construtor já que não faz parte da administração federal.
Por fim o panorama político deste ano promete a alegações e inquietações. Anuncia-se que vinte e três senadores investigados na Lava Jato ficariam sem foro privilegiado se não se elegerem em 2018. Noticia-se que sem foro, esses senadores perderiam prerrogativa de serem julgados somente no Supremo e poderiam passar para a esfera do juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância. Vejam só que o sentimento de justeza no peso do combate à corrupção tem provocado a sociedade à reflexão, em que pese o clamor (igualmente razoável) de tantos envolvidos. Que tudo isso de positividade moral que se apresenta passe a contaminar igualmente a sociedade brasileira.