LEMBRANÇAS e SAUDADES – 

Final da década de 1950. Residia no bairro do Tirol, na rua Mossoró, com suas ruas largas, ainda sem calçamentos.

Fiz o meu curso primário no Grupo Escolar Áurea Barros, na rua Afonso Pena, onde hoje funciona uma instituição de professores do Estado, de onde só guardo boas, felizes e ricas recordações.

Lembro bem o nome da Diretora, a professora Laura Fontoura, da professora Maria Bezerra; outras tantas das quais, infelizmente, a memória não me traz de volta os nomes. Que pena!

Cursei toda a minha etapa primária no Grupo Áurea Barros, saindo, no início dos anos de 1960, para o curso ginasial no Colégio Atheneu Norte-rio-grandense, permanecendo até o final de 1963.

Em março de 1964, me submeti ao vestibular de medicina na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e fui aprovado.

No início do ano de 1964, o país atravessava uma fase politicamente instável, tumultuada e nebulosa; momento cruel, quando foi instalado oAto Institucional número 5 (AI5), passando o país a ser governado pelos militares.

Mesmo assim, em nada atrapalhou e em nada mudou o rumo da minha vitoriosa caminhada rumo ao término do meu curso de medicina.

No início da década de 1970, já com o registro do Conselho Regional de Medicina (CRM) na mão, parti para encarar de frente e firme a vida profissional, deixando com saudade o período acadêmico.

Agora tudo corria por minha conta, afastavam-se, naquele momento, todas as amarras, as muletas, as escoras e tudo passara para a responsabilidade de um imberbe possuidor de um canudo de papel na mão.

Resolvi fazer residência médica fora do Estado. Fui orientado e aconselhado, pelo colega e professor Dr. Celso

Matias, para ir a Salvador, onde permaneci por um ano acompanhando o Professor Heonir Rocha, no Hospital Universitário Professor Edgar Santos, em ClínicaMédica e Nefrologia.

Em 1971, regressei a Natal; em 1972, fui aprovado em concurso público para professor da cadeira de Nefrologia da Faculdade de Medicina da UFRN.

Assim, iniciei a minha carreira no magistério público federal, onde permaneci 35 anos na nobre missão de formação acadêmica.

Tudo passou, tudo é história, tudo é vida, tudo é lembrança que precisa ser registrada e revivida na memória do tempo e guardada no minha alma de mortal.

 

 

 

 

 

Berilo de Castro – Médico e Escritor,  [email protected]

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