LEVANTA-TE E ANDA! –

(Aos infectados pelo Coronavírus e que buscam nas orações as suas curas)

Foi a ordem de Jesus para o paralítico Natanael, filho de Elias. Mas não foi uma simples cura pela concessão do filho de Deus. Todos os curados estavam direta ou indiretamente ligados a um aspecto que muitas das vezes passam despercebidos de nós: a atitude para se alcançar aquilo que almejamos. “Vai, a tua fé te curou” era assim que o Mestre dizia a cada um daqueles que buscaram o Seu trato.

“Levanta-te e anda” exige determinação de Jesus, de forma imperativa: “Eu ordeno”. Daquele que O busca exige esforço, de forma determinada: “Eu creio”. Assim, não basta desejar; é preciso sair do estado de inércia e ter a conscientização dos efeitos que aquele ato deve provocar na vida de cada um. Jesus não agia para aparecer como “Ele”, mas para que as pessoas entendessem que era preciso crerem de que foi enviado pelo seu Pai para arrebanhar os cansados e oprimidos, os de ontem, assim como, os de hoje.

“Levanta-te” exige movimento. O sentido da palavra é recolocar o caído, de novo, em pé. É reacender a vida. E aí entram duas variáveis: o estado físico e o mental. Eles precisam dar as mãos para que o físico não convença o mental de que não pode; e que o mental não convença o físico de que não tem vontade para tal movimento de mudança de atitude.

“Não sei ao certo o que se passou em mim. Coloquei-me de pé”, disse Natanael.  Mas diante da cura recebida, ele só pensava em comemorar. A embriaguês e a entrega aos prazeres em satisfazer as sensações humanas e sem compreender a importância daquele gesto caridoso de Jesus, o levou a adoecer novamente. Agora, leproso. Novamente seu mundo desmoronou e ele teve que ir ao chão novamente. Ruíram as ilusões. Natanael não saiu da sua inércia. Não compreendeu o gesto de Jesus.

Assim também, ainda hoje, somos abençoados por tantas e tantas coisas que o nosso Pai nos proporciona e não enxergamos o que Ele espera de nós.

Estamos acompanhando inúmeros casos de amigos e familiares que estão entre tantos e tantos, que dos sintomas à internação lutam por um gesto divino de cura. Muitos se associam em orações para que sigam firmes, reagindo instante a instante sem soltar a mão de Deus. Temos aqueles que rezam e aqueles que dizem “vou rezar”. Deus porém acolhe as intenções de todos, perfeitas ou imperfeitas, Ele ‘rearruma’ o que está em nossos corações e “anota” as nossas súplicas em favor deste e daquele pelos quais pedimos ajuda.

Peço licença aos demais que estão lutando pela cura e recuperação de suas vidas, para citar o amigo Marcos Antonio Fernandes da Silva (Baco), que foi internado durante quase vinte dias e, hoje, está se recuperando em casa. Seu depoimento sobre o convívio diário com a doença e com as precárias condições pelas quais passou, retrata a necessidade de estarmos atentos aos cuidados e, também, em muito, contar com as orações de amigos e familiares.

Marcos, do seu leito hospitalar, gravou uma mensagem de voz, na qual descreve a sua luta e agradece pelas orações feitas em seu favor. Deste mesmo leito mostrou a grandeza de um cristão que não olha só para si. Ele sabia que um outro amigo em comum, Jailson Fernandes de Oliveira, também estava internado combatendo o mesmo inimigo invisível e traiçoeiro, o Covid-19. Marcos foi grande, pois arregimentou suas poucas, mas significativas forças, e juntou-se aos orantes pela recuperação de Jailson.

Jesus viu Natanael e disse: “Vi-te debaixo da figueira, crês? Coisas maiores do que estas verás”.

É assim. Jesus não nos mostra só o agora. Ele também nos prepara para o amanhã, com suas bênçãos fortalecedoras para enfrentarmos as dificuldades que estão sempre à nossa espreita. E nestes momentos não importa onde estejamos, se debaixo da figueira ou nos leitos bons ou não da vida terrena.

“Coisas maiores que estas verás”. Certamente esses ‘maiores’ exprimem esperança, compaixão, solidariedade, amor ao próximo.

Enquanto escrevo esse artigo observo, que em cada tecla que toco é uma letra que representa a inicial do nome de alguém que espera por nossa oração, por um gesto imitativo ao de Jesus.

Que possamos nos deixar levar e conduzir outros a Cristo, não para mendigar, mas para juntos caminharmos em ajuda a quem precisa, pois Jesus é o melhor de Deus para nós.

O verbo PRECISAR no presente do indicativo vai do “eu preciso” ao “eles precisam” .

E quem não precisa?!

Portanto, “Levanta-te e anda”!

 

 

 

 

 

Carlos Alberto Josuá Costa – Engenheiro Civil, escritor e Membro da Academia Macaibense de Letras (josuacosta@uol.com.br)

As opiniões contidas nos artigos/crônicas são de responsabilidade dos colaboradores
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