Jaecio Carlos*
É triste, mas é verdade. O comércio está passando uma fase dificílima. Sem pessoas para comprar, as lojas ficam repletas de vendedores de braços cruzados. Dá até sono. E não adianta dar desconto de 70% nem colocar “off 70%” porque nem os gringos aparecem. A esperança de que o país saia dessa falência e não chegue a ficar igual a Grecia, faz parte do sonho dos brasileiros. Sem receita o que vemos são demissões e sem emprego ninguém se arrisca a comprar nada, só o essencial e essencial chama-se comida. Até beleza tem seus sacrifícios.
Os custos fixos para se ter uma loja nos shopping, supera a receita. Some-se a isso impostos e encargos e poucos conseguem superar as despesas. Sem vendas, compras aos fornecedores caem e fábricas reduzem também os negócios e o caos se estabelece. É uma roda viva, um beco sem saída e o pais pára.
Há algum tempo trocava-se seis por meia dúzia, agora troca-se seis por quatro e as dívidas se acumulam, a inadimplência campeia, solta, dando lucro aos cartórios de protestos e os agiotas já cobram juros extorsivos.
É o dinheiro que manda no mundo. Sem ele não há religião que console. Conversando outro dia com o dono de um dos grandes motéis de Natal, ele disse-me que o movimento caiu 40¨. Quando a crise chega aos motéis é porque a coisa tá ruim, mesmo. Há outros que acham que a crise é necessária para saber quem é forte e resiste a ela. Ate 2018 será assim e quem sobreviver, verá. Com o dinheiro escasso, somem os investimentos e a insegurança aumenta. Ve ai o Liquida Natal, uma promoção do CDL para mudar esse cenário.
A produção de veículos caiu, este ano, 30%, empresas de porte dão férias coletivas e demissões em massa. O dinheiro, fruto dessas ações, fica guardado como reserva para prevenir danos futuros, mas não circula, portanto.
Ainda há luz no fim do túnel. Espera-se que não seja um trem que vem de lá pra cá.
* Jaecio Carlos – Publicitário e palestrante