O centrista independente Emmanuel Macron e a direitista Marine Le Pen venceram o primeiro turno das eleições francesas nesse domingo (23), classificando-se para o embate final em 7 de maio.
O resultado é histórico, destronando os tradicionais Partidos Socialista, atualmente no governo, e o Republicanos (centro-direita), do ex-presidente Nicolas Sarkozy.
É a primeira vez na história moderna da França em que nenhum candidato dos principais partidos chega ao segundo turno. Rejeitados nas urnas, eles deixam um espaço em aberto para a população testar outras forças.
Com 96% dos votos apurados, Macron tinha 23,89%, enquanto Le Pen alcançava 21,43%. Na sequência vinham o conservador François Fillon, com 19,95%, e o esquerdista Jean-Luc Mélenchon, 19,54%. O candidato do Partido Socialista, Benoît Hamin recebia apenas 6,35%.
O resultado encerra um período de grande incerteza política no país – e inaugura uma segunda etapa, que será marcada por discussões sobre a globalização e sobre a própria identidade francesa.
O cenário da disputa entre Macron e Le Pen no segundo turno, já testado em pesquisas de opinião nos últimos meses seria provavelmente vencido pelo candidato centrista, ex-ministro da Economia – nunca antes eleito a um cargo público. Ele receberia 62% dos votos contra 38% de Le Pen, diz o instituto Ipsos.
Derrotados, tanto o Partido Socialista quanto os Republicanos declararam seu apoio ao candidato centrista como maneira de impedir a direita radical de vencer.
Le Pen, por sua vez, disse que o “grande debate” finalmente acontecerá. Contrária à imigração e ao islã, ela representa a Frente Nacional, sigla tradicionalmente considerada xenófoba. “Os franceses devem aproveitar essa chance histórica”, afirmou.
Estas eleições francesas são um dos pleitos mais importantes do ano no cenário global e terão um efeito decisivo no futuro da Europa.
Macron e Le Pen divergem em um assunto fundamental: a União Europeia. Ele defende mais integração, enquanto ela quer um plebiscito para deixar o bloco econômico, a exemplo do Reino Unido.
Discordam também sobre a Otan, a aliança militar ocidental: Le Pen quer sair e Macron quer ficar.
*Com informações da UOL